sábado, 18 de julho de 2009

POR QUE SOFREM OS ANIMAIS?



O saudoso escritor Carmo Bernardes considerava muito importante a presença de animais domésticos numa casa, em contato com as crianças.

Assim, elas crescem amando e respeitando os bichos, porque aprendem que eles sofrem tanto quanto nós mesmos - dizia o sábio regionalista.

Por que sofrem os animais? Eis aí um tema a exigir muitos e profundos estudos, aos quais a Doutrina Espírita oferece os primeiros fundamentos.

Agora mesmo, com o mal da vaca louca nas manchetes da imprensa, ficamos nos perguntando o motivo dessas epidemias que dizimam milhares e até milhões de bovinos.

A chave para a explicação pode estar no abate desenfreado de gado para alimentação humana. Ainda sem livre arbítrio, a alma animal tem necessidade do aprimoramento, num processo reencarnatório estabelecido pela Natureza. O homem o interrompe violentamente e a resposta é a doença coletiva, porque o equilíbrio natural foi abruptamente partido.

A alma animal já possui, em maior ou menor quantidade, uma relativa liberdade e mantém a individualidade depois da morte. Ainda sem livre arbítrio, contudo, ela não dispõe da faculdade de escolha desta ou daquela espécie para renascer. Seu espírito progride, reencarnando em corpos cada vez mais capazes de lhe favorecerem condições pora as primícias do raciocínio acima do instinto.

Entre o espírito do homem e os espíritos dos animais, todavia, a distância é quase do tamanho da existente entre Deus e o homem. É um mistério que a mente humana só muito lentamente aclarará.

A alma animal, que já passou pelo reino mineral, onde a individualidade não existe, evoluiu através do reino vegetal e um dia iniciará a longa caminhada da espécie humana em direção à angelitude.

Mas é muito difícil raciocinar nesses termos devido ao ranço das religiões sectárias, ao orgulho, pretensão, vaidade e egoísmo próprios da espécie humana. O egocentrismo persiste até hoje e é ele que impede à esmagadora maioria das pessoas aceitar a existência do vida em outros planetas embora Jesus tenha afirmado, há dois mil anos, que a casa do Pai tem muitas moradas.

Discípulo de Herbert Spencer, Ernesto Bozzano trouxe da escola positivista o hábito de se apoiar no fato para dele tirar conclusões. Seu audacioso livro Os animais têm alma? Produzido na primeira metade do século XX, é fruto de pesquisas sérias realizadas em 130 casos de aparições e outros fenômenos supranormais com animais.

No prefácio da edição brasileira de sua obra, Francisco Klors Werneck lamenta que, geralmente preocupados com outros problemas, os homens não dêem atenção a seus irmãos inferiores, aos grandes e pequenos seres da criação como cavalos, cães, gatos e outros, "como se eles também não tivessem alma, não possuíssem sentimentos afetivos e mesmo faculdades surpreendentes."

Ele cita que alguns animais percebem a morte próxima, como cavalos e bois que se recusam a entrar no matadouro, advertidos ninguém sabe como, do que os espera lá dentro. Animais, como os cães, se deixam morrer depois da morte de seus donos, tal a desesperada saudade que sentem deles. Um famoso cavalo de corrida se tornou de tal afeição por uma cabra que não aceitava se separar dela.

Os animais têm alma? Dá a entender que os cães podem ser a espécie mais evoluída na escala animal. Relata o fato surpreendente do cão que avançou ferozmente contra outro e parou sem o agredir, ao verificar que era cego. Outro, mais extraordinário ainda, do cirurgião que tratou, em sua própria casa, de um cachorro que tivera a pata esmagada. Passados doze meses, o médico ouviu estranhos arranhões na porta da rua, abriu-a e espantou-se. O cão que curara um ano antes lhe trazia um companheiro com a pata esmagada.

Fato parecido é comum na Cavalaria da Polícia Militar do Estado de Goiás, em Goiânia, onde cavalos com dor de barriga procuram por conta própria o consultório do veterinário, segundo nos contou o doutor Francisco Godinho, que ali trabalha há muitos anos.

Há uma página admirável de Emmanuel, intitulada "Animais e sofrimento", na qual ele analisa o que parece injustiça: os animais, isentos da lei de causa e efeito, sem culpas a expiar por serem irracionais, padecerem sacrifícios e dores neste mundo.

O notável instrutor espiritual de Francisco Cândido Xavier considera, em primeiro lugar, ser necessário interpretar o sofrimento "por mais altos padrões de entendimento. Ninguém sofre tão-somente para resgatar o preço de alguma coisa. Sofre-se também angariando recursos preciosos para a obter. Assim é que o animal atravessa longas eras de prova a fim de domesticar-se, tanto quanto o homem atravessa outras tantas longas eras para se instruir".

Nenhum espírito obtém elevação ou cultura por osmose, mas unicamente através do trabalho paciente e intransferível.

O animal, igualmente, para chegar à auréola da razão, deve conhecer benemérita e comprida fieira de experiências que terminarão por lhe conferir a posse definitiva do raciocínio. Sem sofrimento, não há progresso.

Todo ser, criado por Deus simples e ignorante, é compelido a lutar pela conquista da razão, para em seguida a burilar. Dor física no animal é passaporte para mais amplos recursos nos domínios da evolução. Dor física no homem, acrescida de dor moral, é fixação de responsabilidade em trânsito para a Vida Maior.

Toda criatura caminha para ser anjo: investida na posição de espírito sublime, livra-se da dor, porque o amor lhe será sol no coração, dissipando as sombras ao toque da sua própria luz.

Jávier Godinho


Revista Espírita Allan Kardec - nº48

endereço: http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=7295
imagem:
http://geper2008.blogspot.com

5 comentários:

Adriana disse...

Adorei o texto. Me interesso bastante pela questão espiritual dos animais. Temos muito a aprender com eles.

Vou levar esse texto para o meu blog, ok? ;)

Abraços!

Jorge Nectan disse...

Olá Adriana!!!

O assunto "animais" é sempre muito interessante. Realmente eles nos trazem muitas lições.
Faça bom uso dele..rs

abraços

Mad disse...

Que o meu Anjo "Matsu" encontre o caminho de paz e luz!
A troca de experiência foi maravilhosa!
Te amo "Matsu" , vejo você na ponte do arco irís!

jeffersonsramos@bol.com.br disse...

Ola companheiro, embora isso sirva de consolo para muitos não sana as dúvidas por completo. Tratando-se da lei do retorno e da privação do livre arbitrio dos animais, teremos que adimitir que as leis não são aplicadas a todos de formas iguais, por mais que vivam na mesmo planeta; ou seja seria a terra regida por forças diferente à cada ser. E o ser maior que seria o criador é onisciente? Se for, não precisaria criar seres que viriam a sofrer tanto até mesmo porque não fica claro o propósito de tudo isso(a cadeia infinita de criação; sabendo que o universo tal conhecemos tem limites; e se levarmos para o lado da fisica com os mundos paralelos, os mesmo ainda não se chegam a um conscenso em relação a quantidade, mas são unanimes em dizer que tem limites, só diferem entre a quantidade dos mesmos (mundo); o autor do post poderia argumertar que o sofrimento é mal compreendido por nós seres humanos e nossas concepcões, mas tomemos como parâmetro os anjo que o próprio autor cita que quando nesse estagio nos libertamos do sofrimento; certo então deduzir que o entendimento do criador é que isso se aplica a todas as classes e sofrimento é sofrimento, independente do estagio. Caso o criador de tudo nâo seja onisciente, quem saberar dizer qual a melhor condição deveram os espiritos superiores, sancionar os problemas que esses seres sem livre arbitrio passaram, logoque a individualidade e a relatividade que propõem a teoria de fazerem escolha por esses seres é por bastante complexa quando analizada dessa ótica. Se essas criaturas passam por esse sofrimento e é compreendido como bônus, e mas a frente poderiam fazer uso do mesmo, estariamos adimitindo que deus é determinista e onisciente; pois caso contrario como saberia que não criaria algo que ao evoluir, não fizesse por merecer punição nenhuma, dessa forma com seria computado o bônus que esse acumulou? Não estaria isso ferindo a lei do retorno? Ou o criador optou por criar seres que tende a erra a qualquer hora ou momento, onde a lei do retorne se faria necessaria a ser aplicada, justificando assim a lei? Dessa forma todas as suas criações estão fadadas a determinação do próprio criador que estabeleceu tal regra, ou de alguma forma subestima a própria criação.

jeffersonsramos@bol.com.br disse...

Ola companheiro, embora isso sirva de consolo para muitos não sana as dúvidas por completo. Tratando-se da lei do retorno e da privação do livre arbitrio dos animais, teremos que adimitir que as leis não são aplicadas a todos de formas iguais, por mais que vivam na mesmo planeta; ou seja seria a terra regida por forças diferente à cada ser. E o ser maior que seria o criador é onisciente? Se for, não precisaria criar seres que viriam a sofrer tanto até mesmo porque não fica claro o propósito de tudo isso(a cadeia infinita de criação; sabendo que o universo tal conhecemos tem limites; e se levarmos para o lado da fisica com os mundos paralelos, os mesmo ainda não se chegam a um conscenso em relação a quantidade, mas são unanimes em dizer que tem limites, só diferem entre a quantidade dos mesmos (mundo); o autor do post poderia argumertar que o sofrimento é mal compreendido por nós seres humanos e nossas concepcões, mas tomemos como parâmetro os anjo que o próprio autor cita que quando nesse estagio nos libertamos do sofrimento; certo então deduzir que o entendimento do criador é que isso se aplica a todas as classes e sofrimento é sofrimento, independente do estagio. Caso o criador de tudo nâo seja onisciente, quem saberar dizer qual a melhor condição deveram os espiritos superiores, sancionar os problemas que esses seres sem livre arbitrio passaram, logoque a individualidade e a relatividade que propõem a teoria de fazerem escolha por esses seres é por bastante complexa quando analizada dessa ótica. Se essas criaturas passam por esse sofrimento e é compreendido como bônus, e mas a frente poderiam fazer uso do mesmo, estariamos adimitindo que deus é determinista e onisciente; pois caso contrario como saberia que não criaria algo que ao evoluir, não fizesse por merecer punição nenhuma, dessa forma com seria computado o bônus que esse acumulou? Não estaria isso ferindo a lei do retorno? Ou o criador optou por criar seres que tende a erra a qualquer hora ou momento, onde a lei do retorne se faria necessaria a ser aplicada, justificando assim a lei? Dessa forma todas as suas criações estão fadadas a determinação do próprio criador que estabeleceu tal regra, ou de alguma forma subestima a própria criação.

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