sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

EVANGELIZAÇÃO INFANTO-JUVENIL - TAREFA SUBLIME


Walter Oliveira Alves

A Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do Espírito, a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação do Reino de Deus na Terra, reino esse que se inicia no interior de cada um. Nesse aspecto, a tarefa de evangelização da criança e do jovem assume um caráter da mais alta importância em todo o movimento espírita. A casa espírita, pois, precisa preparar-se para essa grandiosa tarefa, a serviço de Jesus. A guisa de colaboração a esse movimento que se amplia por toda parte, traçamos abaixo alguns itens que julgamos de grande importância nessa tarefa educativa por excelência. Precisamos olhar a criança em sua verdadeira natureza de Espírito imortal, filho de Deus, dotado do germe da perfeição, que renasce para evoluir, para desenvolver suas potencialidades. Nas obras de André Luiz, especialmente em Evolução em Dois Mundos e No Mundo Maior, percebemos que evoluímos pelo esforço próprio, pela ação, pela atividade, interagindo com o meio físico e espiritual, através de múltiplas experiências. A evangelização, por isso, deve optar por uma metodologia ativa, dinâmica, onde a criança seja co-participante de seu próprio processo educativo, vivenciando as experiências, sentindo, compreendendo e vibrando em cada atividade, desenvolvendo, assim, gradualmente suas potencialidades, encaminhando-se para a sua autonomia moral e intelectual, como ser que pensa, sente e age no bem. Ajustamos, assim, o processo educativo a recomendação de Jesus: "cada um segundo as suas obras" e também "aquele que ouve minhas palavras e as pratica..."

Nos parece também de grande importância a criação de processos de cooperação entre as crianças e os jovens, incentivando a ajuda mutua, a colaboração e não a concorrência. Estaremos, assim, praticando a recomendação de Jesus: Faca aos outros o que gostaria que fizessem a você.

Precisamos também utilizar a energia criadora do Espírito em todo processo educativo, propiciando atividades que levem a criança e o jovem a utilizar e ampliar essa imensa energia propulsora da vida e do progresso, herança de Deus, Pai e Criador, canalizando-a para os canais superiores da vida. Precisamos, pois, propiciar atividades dinâmicas, ativas e criativas, em ambiente de cooperação e ajuda mutua.

Surge também, nesse processo educativo, a necessidade da vivência do amor, dos laços afetivos que devem existir entre as crianças, jovens, evangelizadores e coordenadores de estudo, como pratica efetiva da recomendação maior do Mestre: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei , e a necessidade do evangelizador exteriorizar esse amor em seus gestos, palavras, ações... Naturalmente que o amor no sentido das palavras de Jesus deve ser o amor que auxilia, que ampara, que ajuda o outro a crescer, a evoluir... Destaca-se também a importância do exemplo, da vivência, da vibração do próprio evangelizador, na maravilhosa recomendação de Jesus: Brilhe vossa luz...

Percebemos, pois, a necessidade de atividades tanto na horizontalidade de nosso mundo, desenvolvendo a razão, quanto na verticalidade, desenvolvendo o sentimento, a sensibilidade que nos propicia sintonia com as esferas superiores da vida, procurando ampliar a capacidade vibratória da criança e do jovem para uma sintonia mais elevada. Evangelizar e também um processo natural de espiritualização do ser, de desenvolvimento das potências anímicas do ser espiritual que somos todos nos, Espíritos imortais, filhos de Deus, a caminho da perfeição - em síntese: o desenvolvimento do Reino de Deus dentro de cada um, atendendo ao fabuloso apelo de Jesus: Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus, e tudo o mais vira por acréscimo... Para isso destaca-se também a importância da arte no processo de evangelização, tanto da literatura, das artes plásticas, do teatro, da dança e da música. Muitas vezes apenas o intelecto, a razão, não consegue atingir certos estados vibratórios superiores. As artes, em especial a música, o teatro e a dança, nos permitem oferecer a criança e ao jovem a oportunidade de ingresso em freqüências de nível elevado. A música, por exemplo, e vibração e pode nos auxiliar na sintonia com o mais alto.

Piruete-se, pois, o desenvolvimento das potências do Espírito, do intelecto, da razão, base fundamental da Doutrina Espírita, como do sentimento, do amor, proposta impar do mestre Jesus., ampliando nossa faixa de freqüência vibratória. Ao mesmo tempo o desenvolvimento do poder criador do Espírito, com base na criatividade, propondo assim uma educação para a mudança, para o progresso, para o evoluir constante, lançando as bases de uma nova civilização para o Terceiro Milênio, que exigira profundas e amplas mudanças, no modo de pensar, sentir e agir do homem.... um homem mais espiritualizado, vibrando cada vez mais em sintonia com Deus, construindo o Reino de Deus na Terra, a partir da construção do Reino interior de cada um, proposta básico do Cristo que a Doutrina Espírita vem dar continuidade em suas bases mais profundas.

A evangelização, pois, assume um caráter da mais alta importância no momento evolutivo que vivemos, como mola propulsora de todo o progresso para uma Nova Era, que necessita do trabalho, esforço, dedicação e amor de todos nos e de todos os Espíritos que aqui renascerão e que precisam encontrar apoio e ambiente necessário nessa fabulosa escola do Espírito: o Centro Espírita.

Necessitamos, pois, prestar toda a colaboração possível nas atividades da evangelização da criança e do jovem. Estaremos cooperando, não somente com a campanha permanente de evangelização lançada pela FEB, mas com o próprio Cristo na construção do Reino de Deus na Terra que se inicia no coração de cada um.


O autor e pedagogo com especialização em filosofia da educação, psicologia da educação e didática, e autor dos livros EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO E PRATICA PEDAGÓGICA NA EVANGELIZAÇÃO, editora IDE.


(Publicado no Boletim GEAE Número 287 de 7 de abril de 1998)


texto - http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae

imagem - cele.com.br


domingo, 22 de janeiro de 2012

O FENÔMENO DA MORTE


Marco Tulio Michalick


A morte é algo que intriga a maioria das pessoas. Muitos não querem pensar nela, mas é interessante imaginar o que nos espera após o fenômeno da morte. Para aonde vamos? Esta é a pergunta mais comum.

Cada religião interpreta de um jeito. Algumas pregam que as pessoas passarão pelo purgatório antes de entrar no céu ou no inferno. Outra hipótese é a de que ficaremos aguardando o dia do juízo final. O espiritismo, assim como outras doutrinas, afirma a realidade da reencarnação e que o fenômeno da morte é apenas uma mudança de plano.

As pessoas que não acreditam na reencarnação normalmente fazem chacotas com os que acreditam, dizendo que "ninguém até hoje voltou para dizer como é do outro lado". Mas, por meio da mediunidade, os espíritos enviam mensagens, escrevem livros e descrevem como é do "outro lado". Além disto, a experiência de quase-morte é uma comprovação de quem esteve do "outro lado". Afinal, a pessoa é considerada clinicamente morta e depois de alguns minutos, retoma ao mundo material, sem que a medicina consiga provar e comprovar como ocorre este fenômeno. Pesquisas nesta área oferecem relatos impressionantes. Um destes é o de um rapaz que, após ser considerado clinicamente morto pelos médicos, deixou seu corpo e passou a caminhar pelos corredores do hospital. Saiu do local e foi passear no parque. Este homem declarou ter visto um conhecido neste parque o que depois foi confirmado pelo outro. Mas do seu relato, o que mais impressionou foi o fato de ter presenciado o atropelamento de um homem na rua. O homem, após desencarnar, chegou a conversar com este paciente. Depois, uma forte luz levou o atropelado. Logo após, o paciente sentiu-se atraído novamente para o hospital. Quando comentou o que viu em sua EQM (Experiência de Quase Morte) para algumas pessoas, elas checaram junto à polícia as informações sobre o atropelamento, que foi confirmado pelas autoridades.

Os materialistas são os que mais sofrem ao pensar na morte. Geralmente, são criaturas apegadas demais aos bens terrenos e ao pensar na perda dos prazeres triviais, sofrem por antecipação. Esta preocupação poderá acompanhá-las além túmulo. Em Temas da Vida e da Morte, o espírito Manoel Philomeno de Miranda explica que "à medida, porém, que se aclaram os enigmas em torno da realidade post mortem, em que os fatos demonstram o seu prosseguimento, oferecendo uma visão correta sobre a sua continuação, o temor cede lugar à confiança e as dúvidas são substituídas pela certeza da perenidade do ser, que se sente estimulado a preparar, desde então, esse futuro, no qual a felicidade possui uma dinâmica que fomenta o progresso incessante, em decorrência do esforço empreendido por quem deseja alcançá-lo". Assim, o materialista começa a ter uma nova visão e convicção com relação ao fenômeno da morte, mudando sua forma de pensar e agir.

A morte é uma conseqüência da vida, mas a vida é uma conseqüência da Vida Maior. Pensando desta forma, descartamos a palavra morte no seu sentido natural. Em seu lugar, coloquemos vida, ficando "vida após a vida". O que é na realidade o certo, pois deixamos a vida material para vivermos uma outra, a espiritual, alternando entre uma e outra, prosseguindo em nossa evolução espiritual.

Em Apologia de Sócrates, Platão escreve qual era o pensamento de seu mestre sobre a morte: "Quanto a esta, apenas pode ser uma destas duas coisas: ou aquele que morre é reduzido ao nada e não tem mais qualquer consciência, ou então, conforme ao que se diz, a morte é uma mudança, uma transmigração da alma do lugar onde nos encontramos para outro lugar. Se a morte é a extinção de todo sentimento e assemelha-se a um desses sonos nos quais nada se vê, mesmo em sonho, então morrer é um ganho maravilhoso. (...) Por outro lado, se a morte é como uma passagem daqui para outro lugar, e se é verdade, como se diz, que todos os mortos aí se reúnem, pode-se imaginar maior bem?".


A COLHEITA É OBRIGATÓRIA

O que nos espera do "outro lado" pode ser comparado por meio de uma metáfora, a plantação na lavoura. Iremos colher dependendo do que plantamos, ou seja, do esforço aplicado naquele trabalho, das condições de aproveitamento do tempo, da perseverança em vencer os obstáculos, e finalmente, da disposição em dividirmos esta colheita com outras pessoas. Devemos fazer uma análise da nossa "plantação" e nos perguntarmos: Estou plantando o suficiente para ter uma boa colheita? Esta é uma forma sutil de sabermos o que colheremos do "outro lado".

Joanna de Angelis, em Dias Gloriosos, explica que "face à conduta durante a existência física, de certo modo vão sendo delineados os processos para a libertação pelo veículo da morte, cuja ocorrência é muito mais grave do que pode parecer ao observador menos cuidadoso. Morremos ou desencarnamos conforme vivemos. Os pensamentos e atos são implacáveis tecelões que se responsabilizam pelo desenlace final que liberta o espírito do corpo. Desse modo, a ocorrência terminal, encarregada de produzir a desencarnação, é resultado de todo o processo vivido durante o estágio orgânico. Cada qual experimenta o curso libertador de acordo com o procedimento mantido enquanto encarnado, o que se lhe transforma em futuros programas existenciais".

Acho relevante transcrever uma passagem do livro de Suety Caldas Schubert, Mediunidade: Caminho Para Ser Feliz, onde ela escreveu registros feitos pelo escritor Conan Doyle sobre Emmanuel Swendenborg, um grande médium sueco que viveu em Londres, em 1744, considerado um dos precursores do espiritismo e que narrou em seus livros o que viu no plano espiritual. Conan Doyle escreveu: "O médium sueco constatou que o Outro Mundo, para onde vamos após a morte, consiste em várias esferas (ou planos), expressando os graus de luminosidade e felicidade. Cada pessoa irá para aquela que se adapte à sua condição espiritual.

Viu casas onde residem famílias, templos, auditórios, museus, escolas, academias, bibliotecas. Ali são cultivadas a arte, a literatura, a ciência, a música e os esportes.

Havia anjos e demônios, mas não eram diferentes dos seres humanos; eram aqueles que tinham vivido na Terra e que, ou eram almas retardatárias, como os demônios, ou altamente desenvolvidas, como os anjos.

Não existem penas eternas. Os que se achavam nos Infernos (planos inferiores) podiam trabalhar para dali saírem, desde que tivessem vontade. Os que se achavam no Céu (planos superiores) também prosseguiam trabalhando por uma posição cada vez mais elevada. Todas as crianças eram recebidas igualmente, fossem ou não batizadas. Cresciam no Outro Mundo; jovens lhes serviam de mães, até que chegassem as mães verdadeiras".

Deus é perfeito em sua criação. Ele nos dá inúmeras condições de evoluir. Ninguém fica desamparado, seja neste plano ou nos outros. Cabe a nós, e somente a nós, decidirmos em que condições queremos viver, seja qual for o plano. Vamos trabalhar em prol do bem, pois estaremos atraindo bons fluidos e pessoas afins para o nosso desiderato. Obstáculos não vão faltar, mas teremos a mão do companheiro ao lado formando uma corrente positiva, fortalecendo nossas intenções e purificando os pensamentos.

Não devemos temer a morte, e sim, evoluir nesta vida, afinal, uma outra vida nos espera do "outro lado".


Fonte: Revista Cristã de Espiritismo, edição 28, ano 2005.



texto - www.panoramaespirita.com.br/novo/artigos
imagem - coloniasespirituais.ning.com

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

OS TEXTOS ORIGINAIS NA BÍBLIA


Paulo da Silva Neto Sobrinho

A quem está escutando as palavras da profecia deste livro, eu declaro: "Se alguém acrescentar qualquer coisa a este livro, Deus vai acrescentar a essa pessoa as pragas que aqui estão descritas. E se alguém tirar alguma coisa das palavras do livro desta profecia, Deus vai retirar dessa pessoa a sua parte na árvore da Vida e na Cidade Santa, que estão descritas neste livro." (Ap 22, 18-19)

Cansados de tanto ouvir de inúmeros fundamentalistas e de vários tradutores das bíblias a expressão de que ela é conforme os originais, procurarmos fazer um breve levantamento para contestar sua veracidade e provar que a mentira anda a solta por aí.

Vejamos a pesquisa que fizemos nas onze Bíblias de nossa biblioteca, das quais anotamos algumas passagens que escolhemos como a prova do crime:

Ave Maria

Lv 19, 31: Não vos dirijais aos espíritas nem adivinhos: não os consulteis,...

Lv 20, 6: Se alguém se dirigir aos espíritas ou aos adivinhos para fornicar com eles,...

Lv 20, 27: Qualquer homem ou mulher que evocar os espíritos ou fizer adivinhações, será morto....

Dt 18, 10-11: Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou à evocação dos mortos.

Is 8, 19: Se vos disserem: Consultai os espíritos dos mortos, os adivinhos, os que conhecem segredos e dizem em voz baixa: Porventura um povo não deve consultar os seus deuses? Consultar os mortos a favor dos vivos? Em nota: seus deuses: os espíritos dos antepassados.

1 Sm 28, 3.7.8: ... E Saul expulsara da terra os necromantes, os feiticeiros e adivinhos... “Procurai-me uma necromante para que eu a consulte”... “Predize-me o futuro, evocando um morto; faze-me vir aquele que eu te designar”. (1 Sm 28, 3.7.8)

Como aparece a palavra necromante é porque tiveram informação da realidade, assim quando colocam espiritismo ou espírita, é porque querem atingir aos adeptos da Doutrina Espírita.

Barsa

Lv 19,31: Não vos dirijais aos mágicos, nem consulteis os adivinhos,...

Lv 20,6Se algum homem declinar para os mágicos, e adivinhos, e se der a eles por uma espécie de fornicação;...

Lv 20,27: Se qualquer homem, ou mulher tem espírito de Píton, ou espírito de adivinho, sejam punidos de morte...

Dt 18, 10-11: nem se ache entre vós quem pretenda purificar seu filho, ou filha, fazendo-os passar pelo fogo: nem quem consulte adivinhos, ou observe sonhos e agouros, nem quem seja feiticeiro, ou encantador, nem quem consulte Píton ou adivinhos, nem quem indague dos mortos a verdade.

Is 8,19: E quando vos disserem: Consultai os pitões, e os adivinhos, que murmuram em segredo em seus encantamentos: Acaso não consultará o povo ao seu Deus, há de ir falar com os mortos acerca dos vivos?

1 Sm 28, 3.7.8: ...E Saul tinha lançado fora da terra os mágicos, e adivinhos.... “Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de Píton, e eu irei ter com ela, e a consultarei”... “Adivinha-me pelo espírito de Píton, e faze-me aparecer quem eu te disser”.

Aqui não vemos nenhum termo sendo usado para condenar o Espiritismo, o único detalhe fica por conta de ser uma Bíblia mais antiga, em geral menos preconceituosa que as atuais. Seria um sinal que antigamente “a palavra de Deus” tinha preocupações diferentes das que encontramos nas Bíblia atuais?

Bíblia de Jerusalém

Lv 19,31: Não vos voltareis para os necromantes nem consultareis os adivinhos...

Lv 20,6 ; Aquele que recorrer aos necromantes e aos adivinhos para se prostituir com eles, ...

Lv 20,27: O homem ou a mulher que, entre vós, forem necromantes ou adivinhos serão mortos...

Dt 18, 10-11: Que em teu meio não se encontre alguém que queime seu filho ou sua filha, nem faça presságio, oráculo, adivinhação ou magia, ou que pratique encantamentos,que interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que invoque os mortos;

Is 8,19: Se vos disserem: “Ide consultar os espíritos e os adivinhos, cochichadores e balbuciadores”, não consultará o povo os seus deuses, e os mortos a favor dos vivos?

1 Sm 28, 3.7.8: ... Saul havia expulsado da terra os necromantes e os adivinhos... “Buscai-me uma mulher que pratique a adivinhação para que eu lhe fale e a consulte”... “Peço-te que pratiques para mim a adivinhação, evocando para mim quem eu te disser”.

Embora a maioria dos textos deva ser fiel aos originais, já que naquela época as práticas eram essas, ainda assim colocam em Deuteronômio e em Isaías alguma coisa que, não obstante de forma velada, atinge ao Espiritismo. Um detalhe importante dessa tradução é que ela contou entre uma equipe de tradutores católicos e protestantes.

Bíblia do Peregrino

Lv 19,31: Não consulteis necromantes nem adivinhos...

Lv 20,6: Se alguém consultar necromantes e adivinhos para se prostituir com eles,...

Lv 20,27: O homem ou a mulher que praticar a necromancia ou a adivinhação,é réu de morte...

Dt 18, 10-11: Não haja entre os teus quem queime seus filhos ou filhas, nem adivinhos, nem astrólogos, nem agoureiros, nem feiticeiros, nem encantadores, nem espiritistas, nem adivinhos, nem necromantes.

Is 8,19: Certamente vos dirão: Consultai os espíritos e adivinhos, que sussurram e cochicham: um povo não consulta seus deuses e os mortos a respeito dos vivos, em busca de instruções seguras?

1 Sm 28, 3.7.8: ... Por outra parte, Saul havia desterrado necromantes e adivinhos... Procurai-me uma necromante para que a consulte... Adivinha para mim o futuro, evocando os mortos, e faze que me apareça quem eu te disser.

A única vacilada ficou por conta do Deuteronômio, cujo termo é diretamente usado contra o Espiritismo. Em relação a Isaias aparece, mas de forma indireta, como em outras também fizeram.

Mundo Cristão

Lv 19,31: Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; ...

Lv 20,6: Quando alguém se virar para os necromantes e feiticeiros para se prostituir com eles, ...

Lv 20,27: O homem ou mulher que sejam necromantes, ou sejam feiticeiros, serão mortos: ...

Dt 18, 10-11: Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador,nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos;

Is 8,19: Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?

1 Sm 28, 3.7.8: ... Saul havia desterrado os médiuns e adivinhos... “Apontai-me uma mulher que seja médium, para que me encontre com ela e a consulte...” “Peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser”.

Apesar de saberem exatamente o que significa a necromancia, ainda assim colocam termos diretos contra o Espiritismo, principalmente na passagem onde Saul faz a consulta ao espírito-Samuel.

Novo Mundo

Lv 19,31: Não vos vireis para médiuns espíritas e não consulteis prognosticadores profissionais de eventos,...

Lv 20,6: Quanto à alma que se vira para os médiuns espíritas e para os prognosticadores profissionais de eventos, ...

Lv 20,27: E quanto ao homem ou à mulher em que se mostre haver um espírito mediúnico ou um espírito de predição, sem falta devem ser mortos!...

Dt 18, 10-11: Não se faça achar em ti alguém que faça seu filho ou sua filha passar pelo fogo, alguém que empregue adivinhação, algum praticante de magia ou quem procure presságios, ou um feiticeiro, ou alguém que prenda outros com encantamentos, ou alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognosticador profissional de eventos, ou alguém que consulte os mortos.

Is 8,19: E caso vos digam: Recorrei aos médiuns espíritas ou aos que têm espírito de predição, que chilram e fazem pronunciações em voz baixa, não é a seu Deus que qualquer poso devia recorrer? [Acaso se deve recorrer] a pessoas mortas a favor de pessoas vivas?

1 Sm 28, 3.7.8: ... Quanto a Saul, tinha removido do país os médiuns espíritas e os prognosticadores profissionais de eventos... “Procurai-me uma mulher que seja dona de mediunidade espírita, e eu irei ter com ela e a consultarei....” “Por favor, use de adivinhação para mim por meio da mediunidade espírita e faze-me subir aquele que eu te indicar”.

Essa tradução é a pior de todas, pois em todos os textos há termos claros contra o Espiritismo, provando claramente a intenção de se fazer isso.

Tanto esta última tradução quanto a anterior são provenientes do protestantismo, daí se justifica porque eles, mais que os católicos, são contrários às práticas espíritas. Inclusive é onde o radicalismo impera com maior vigor.

Pastoral

Lv 19,31: Não se dirijam aos necromantes, nem consultem adivinhos,...

Lv 20,6: Quem recorrer aos necromantes e adivinhos, para se prostituir com eles,...

Lv 20,27: O homem ou mulher que pratica a necromancia ou adivinhação, é réu de morte...

Dt 18, 10-11: Não haja em teu meio alguém que queime seu filho ou filha, nem que faça presságio, pratique astrologia, adivinhação ou magia, nem que pratique encantamentos,consulte espíritos ou adivinhos, ou também que invoque os mortos.

Is 8,19: Quando disserem a vocês: “Consultem os espíritos e adivinhos, que sussurram e murmuram fórmulas; por acaso, um povo não deve consultar seus deuses e consultar os mortos em favor dos vivos?”

1 Sm 28, 3.7.8: ... De outro lado, Saul tinha expulsado do país os necromantes e adivinhos. Então Saul disse a seus servos: “Procurem uma necromante, para que eu faça uma consulta”. ... “Quero que você me adivinhe o futuro, evocando os mortos. Faça aparecer a pessoa que eu lhe disser”.

A não ser o “consultar os espíritos” nada de mais grave é colocado, apesar, de que, como em outras traduções, demonstram ter conhecimento do termo correto que verdadeiramente deveria ser o empregado.

Paulinas

Lv 19,31: Não vos dirijais aos magos nem interrogueis os adivinhos,...

Lv 20,6: A pessoa que se dirigir a magos e adivinhos e fornicar com eles,...

Lv 20,27: O homem ou mulher em que houver espírito pitônico ou de adivinho, sejam punidos de morte...

Dt 18, 10-11: Não se ache entre vós quem purifique seu filho ou sua filha, fazendo-os passar pelo fogo, nem quem consulte adivinhos ou observe sonhos e agouros, nem quem use malefícios, nem quem seja encantador, nem quem consulte aos nigromantes, ou adivinhos, ou indague dos mortos a verdade.

Is 8,19: E, quando vos disserem: Consultai os magos e os adivinhos, que murmuram em segredo nos seus encantamentos, (respondei): Porventura o povo não há de consultar o seu Deus? Há de ir falar com os mortos acerca dos vivos?

1 Sm 28, 3.7.8: ...Saul tinha lançado fora do país os magos e adivinhos.... “Buscai-me uma mulher necromante, e eu irei ter com ela e a consultarei...” “Adivinha-me pelo espírito de necromante e faze-me aparecer quem eu te disser”.

Essa é a única que não traz nada contra o Espiritismo. A ressalva que fazemos é apenas em relação à expressão “indague dos mortos a verdade”, pois é totalmente divergente em relação às outras traduções.

Santuário

Lv 19,31: Não recorrais às evocações e aos sortilégios:..

Lv 20,6: Se alguém recorrer às invocações e aos sortilégios, entregando-se a essas práticas,...

Lv 20,27: O homem ou a mulher que se entregar a evocação ou sortilégio será condenado à morte;...

Dt 18, 10-11: Não haja ninguém no meio de ti que faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê à pratica de encantamento, ou se entregue à augúrios, à adivinhação ou à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios ou à evocação dos mortos.

Is 8,19: Hão de dizer-vos: consultai os espíritos e os adivinhos que murmuram e segredam. Porventura o povo não deve consultar os seus deuses e consultar os mortos acerca dos vivos para obter uma revelação e um testemunho?

1 Sm 28, 3.7.8: ... Saul tinha expulsado do país os feiticeiros e os adivinhos.... “Buscai-me uma necromante para que eu a consulte...” “Predize-me o futuro, evocando um morto, e faze-me aparecer quem eu te designar”.

A correlação ao que presumem ser o Espiritismo é clara, já que, como a maioria das pessoas, são ignorantes em relação a seus fundamentos e práticas, pressupõem que seja algo relacionado a evocação dos mortos, daí ser essa a característica predominante nessa tradução, que também não deixa de citar nominalmente o Espiritismo.

SBB

Lv 19,31: Não vos virareis para os adivinhos e encantadores; ...

Lv 20,6: Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após deles, ....

Lv 20,27: Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito de adivinho, ou for encantador, certamente morrerão:...

Dt 18, 10-11: Entre ti não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos;

Is 8,19: Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; - não recorrerá um povo ao seu Deus? a favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?

1 Sm 28, 3.7.8: ... e Saul tinha desterrado os adivinhos e encantadores... “Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte...” “Peço-te que me adivinhes pelo espírito de feiticeira, e me faças subir a quem eu te disser”.

Poderia passar despercebido se não tivesse o “consulte os mortos”, entretanto, está, como se diz popularmente, menos pior do que outras. Mais uma tradução protestante, disso poderá acertadamente concluir, caro leitor, que todas as outras são de origem católica, exceto a que já dissemos que a tradução foi feita por tradutores dessas duas correntes religiosas.

Vozes

Lv 19,31: Não recorrais aos médiuns, nem consulteis os espíritos...

Lv 20,6: Se alguém recorrer aos médiuns e adivinhos, prostituindo-se com eles,...

Lv 20,27: O homem ou a mulher que se tornar médium ou adivinho, serão mortos por apedrejamento...

Dt 18, 10-11: Não haja em teu meio quem faça passar pelo fogo o filho ou a filha, nem quem se dê à adivinhação, nem haja astrólogo nem macumbeiro nem feiticeiro; nem quem se dê à magia, consulte médiuns, interrogue espíritos ou evoque os mortos.

Is 8,19: Se vos disserem: “Consultai os necromantes e os adivinhos que sussurram e murmuram”; acaso não consultará um povo os seus deuses, os mortos em favor dos vivos?

1 Sm 28, 3.7.8: ...Saul tinha eliminado do país os necromantes e os adivinhos... “Procurai-me uma mulher entendida em evocar os mortos, pois quero ir a ela e consultá-la”... “Por favor, adivinha para mim por meio da necromancia e evoca-me aquele que eu te disser!”.

Mais uma tradução direcionada que usa termo próprio dos espíritas, numa evidente tentativa de relacioná-lo a algo condenável por Deus.

Para que você, caro leitor, possa fazer uma comparação é importante transcrevermos esses textos citados numa tradução feita diretamente dos textos hebraicos pelo escritor Severino Celestino. Vejamos:

Livro: Analisando as Traduções Bíblicas

Lv 19,31: Não ireis diante dos necromantes nem dos adivinhos. Não procureis vos contaminar com eles...

Lv 20, 6: O ser que vai diante dos necromantes e dos adivinhos para se prostituir atrás deles eu dou as minas faces contra esse ser, eu o corto do seio de seu povo.

Lv 20, 27: E o homem ou mulher em que está um necromante ou um adivinho, será condenado à morte;...

Dt 18,9-11: Não se achará em ti quem faça passar seu filho ou sua filha pelo fogo, nem adivinhador, nem feiticeiro, nem agoureiro, nem cartomante, nem bruxo, nem mago, nem quem consulte o necromante e o adivinho, nem quem exija a presença dos “mortos”.

Is 8,19: E se vos disserem consulte ou exija a presença dos antepassados ou dos patriarcas e dos adivinhos, cochichadores e balbuciadores. Por acaso o povo não poderá exigir a presença dos seus deuses? Consultar os mortos a em favor dos vivos?

Embora todos os tradutores digam que seus textos guardam fidelidade aos textos originais, percebemos claramente que só se for naquilo que lhes interessam, pois, como provamos acima, existem passagens que contêm termos que são colocados propositalmente para atingir uma outra corrente filosófico-religiosa, qual seja o Espiritismo, que, por questão de ética, não segue o mesmo comportamento utilizado por eles.

Quem sabe que se esses tradutores se esqueceram que os termos médium, espirita, espiritista e Espiritismo foram neologismos criados por Kardec em 18 de abril de 1857, quando da publicação de “O Livro dos Espíritos”, conforme ele mesmo diz na introdução desse livro. Ora, se encontramos tais termos em trechos bíblicos só há uma explicação para esse fato:vergonhosa adulteração para combater o Espiritismo, qualquer pessoa sensata verá isso, comportamento que não esperamos dos fundamentalistas.

Observar que, a bem da verdade, qualquer palavra que fosse usada deveriam estar relacionada à necromancia, que é a evocação dos mortos para fins de adivinhação, coisa que nada tem a ver com o Espiritismo, sabem muito bem disso, entretanto no combate usam de armas sutis, já que dificilmente o crente deixará de acreditar no que “está escrito” ou na palavra deles, para perceber que a verdade é bem diversa daquilo que colocam.

Nov/2004.

Referências bibliográficas:

  • SILVA, S.C, Analisando as Traduções Bíblicas. João Pessoa-PB: Idéia, 2001.
  • A Bíblia Anotada. São Paulo: Mundo Cristão, 1994.
  • Bíblia Sagrada. 68ª ed. São Paulo: Ave Maria, 1989.
  • Bíblia Sagrada, Edição Barsa. Rio de Janeiro: Catholic Press, 1965.
  • Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. 43ª imp. São Paulo: Paulus, 2001.
  • Bíblia Sagrada, 37a. ed. São Paulo: Paulinas, 1980.
  • Bíblia Sagrada, 5ª ed. Aparecida-SP: Santuário, 1984.
  • Bíblia Sagrada, 8ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1989.
  • Bíblia de Jerusalém, nova edição. São Paulo: Paulus, 2002.
  • Bíblia do Peregrino. São Paulo: Paulus, 2002.
  • Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica do Brasil, Brasília, DF, 1969.
  • Escrituras Sagradas, Tradução do Novo Mundo das. Cesário Lange, SP: STVBT, 1986.


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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O RIGOR DAS LEIS HUMANAS


Vera Meira Bestene
A vida é direito de todo homem e deve ser tutelada. Vivendo em sociedade, todos tem seus direitos a gozar e obrigações a cumprir. A vida é um bem inviolável e inatingível. A Lei das Leis é a proteção à vida, posto que o Espiritismo é radicalmente contrário à Pena Capital ou a interrupção da vida sob quaisquer justificativas, porque entende que a morte do aparelho físico não resolve nenhum problema. Assim acontece com o criminoso. Sua morte corpórea não lhe redime a falta. O Homem como espírito eterno, está muito além da vestimenta corpórea e a cada nascimento físico, recebe nova roupagem psicossomática, para facilitar o seu progresso.
A sociedade, para que tenha harmonia, necessita de leis humanas, independentemente das Leis naturais, As paixões humanas levam as leis humanas a serem mutantes, progressivas e variáveis. Faz-se mister, portanto, que haja uma relativa severidade das Leis Penais para que impere a ordem social. Uma sociedade ainda muito impura, depravada, tem necessidade de leis mais severas, entretanto, como nos alerta o Livro dos Espíritos, as Leis humanas preocupam-se apenas em punir o mal depois de que ele foi praticado e esquece-se de procurar preveni-lo, ensinar e incitar ao bem para evitar o cometimento de delitos. “Não há senão a educação para reformar os homens. Então eles não terão mais necessidade de Leis tão rigorosas.”(Livro dos Espíritos, resposta à pergunta de número 796 - “in fini”.). Allan Kardec tratou a Pena de Morte, dentro da “Lei da Destruição” , nas questões 760 a 765 de “O Livro dos Espíritos”. Aqui chamamos a atenção da Pena de Morte, por ser esta a maneira mais rigorosa de punição das Leis humanas. Podemos, pela leitura do Livro dos Espíritos, sintetizar que a pena capital ainda será totalmente banida do seio da terra, a partir de quando surgirá um sinal de progresso para a humanidade, sendo esta, portanto, a marca de que o homem estará mais esclarecido.
Se olharmos sob uma visão dissociada de análise, poderemos pensar erroneamente que Cristo consagrou a pena de Talião quando proferiu as seguintes palavras: “quem matou com a espada, pela espada perecerá”. Esta não é uma visão correta das palavras de Jesus, muito menos pode-se interpretá-la como sendo uma aceitação ou um caminho para a pena de morte. Entretanto será correta a orientação dada pelos Espíritos Superiores, que alertam para o cuidado que sempre devemos ter para com a interpretação dos ensinamentos contidos nas palavras de Cristo que encerram , neste caso citado, que aquele que foi causa de sofrimento para com seus semelhantes virá a encontrar-se em condição que sofrerá o que tenha feito sofrer, sendo este, portanto, o verdadeiro sentido da palavra de Jesus.
O homem não deve, com o homicídio legalizado, que é a pena de morte, cortar as provas de uma encarnação humana. Deve antes, colaborando com os Espíritos Superiores, tentar fazer progredir o espírito, induzindo-o ao arrependimento e promover o labor instituído dentro do sistema prisional, com a efetiva punibilidade através da prisão perpétua para os crimes mais graves e hediondos e até com penas de prisão por tempo indeterminado para crimes graves mas não hediondos. Certamente que o sistema carcerário teria uma alavanca de repressão à criminalidade pois a prisão perpétua seria um freio e os sistemas prisionais modificados fariam com que as finalidades da pena criminal fossem atendidas. A retribuição ao crime com a privação perpétua da liberdade ( no Brasil não temos esta forma de penalidade), sendo esta bastante enérgica, entretanto sem violência, serve como prevenção, posto que, a certeza da prisão até a morte, conterá muitos ímpetos criminosos e a por tempo indeterminado inibirá e acarretará uma menor violência social, uma vez que o criminoso será afastado da sociedade, por período que equivalerá ao crime cometido, podendo este ser até o final de seus dias. Teríamos desta forma dois tipos de punibilidade ainda não existentes no Brasil mas que, com certeza, tanto a prisão por tempo indeterminado como a perpétua inibiriam a crescente onda de criminalidade, servindo mesmo como uma forma de prevenção .
Sabemos que o criminoso violento nada mais é que um espírito moralmente muito atrasado colocado junto à determinadas situações para cumprimento de seus desígnios superiores. Seguindo esta linha podemos observar que a execução de um delinqüente, mesmo que sua responsabilidade seja comprovada, pelo mas vil e hediondo dos crimes, terá como efeito apenas a liberdade dos grilhões da carne mas permanecerá o corpo espiritual estacionado na prática do mal que passará a viver no espaço invisível que nos envolve tendo toda a possibilidade de continuar sugerindo conselhos pérfidos a seus companheiros do mal, como também obsidiar seus algozes. Não podemos jamais olvidar que não é o corpo que tem alma mas o espírito que se reveste temporariamente de um corpo que lhe serve de abrigo. A obstinação do mal, em vida, provém muitas vezes do orgulho de quem se recusa em confessar seus próprios erros, tanto que está o homem sujeito às interferências da matéria, fazendo-lhe obscurecer o entendimento espiritual.
A arte de formar caráter incute hábitos enquanto que educação é o conjunto de hábitos adquiridos. Muitos são os indivíduos que dia a dia são lançados ao seio da população, totalmente sem freios, entregues a seus próprios instintos, A arte de formar o caráter, quando for mais conhecida, compreendida e praticada proporcionará ao mundo homens de melhores hábitos que lhe permitirão atravessar a vida de forma menos penosa. É imperioso que nos eduquemos nos moldes da Doutrina Espírita porque só assim estaremos aptos a educar, isto é, incluir hábitos de caráter elevado, dentro dos princípios das Leis Morais, tanto às crianças, quanto aos adolescentes, promovendo uma prevenção eficaz contra a criminalidade. Quando isto acontecer a sociedade estará expurgada de seres malfazejos e as Leis terão a destinação de secar a fonte do mal e, reformulados pela educação, os homens não mais precisarão de penas de morte, sentenças indeterminadas e outras tantas formas de punibilidades severas. Este será o passo decisivo para que a terra alcance seu destino cósmico, deixando assim de ser um planeta de provas e expiações para converter-se em regenerador, prosseguindo em direção a um dos mundos superiores em que o bem sobrepujará o mal.
(Publicado no Boletim GEAE Número 326 de 2 de janeiro de 1999)
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domingo, 1 de janeiro de 2012

O PASSE ESPÍRITA


Aluney Elferr Albuquerque Silva

Sobre o assunto, Kardec tratou sobre o aspecto geral de CURAS e nos demonstra que "este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o uso de qualquer medicação". (L. M. Cap. Xiv - 175 - 2 Parte).

Kardec questionava, pois entendia que o fenômeno não passava de magnetismo, mas sua perspicácia de cientista demonstrava que alguma coisa a mais existia.

Expôs que geralmente todos os magnetizadores são aptos a curar. Examinando mais profundamente o assunto, nos demonstra que diferente do magnetizador é o médium curador, uma vez que esta faculdade é espontânea, e que alguns a possuem sem terem tido, jamais, conhecimento do magnetismo. É assim que nos assinala que neste caso existe a intervenção de uma potência oculta, que é o que realmente constitui e caracteriza a mediunidade.

No item 176, do capítulo mencionado, Kardec formula uma série de perguntas que é importante analisar.

"Pergunta - Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando uma variedade de médiuns?
Resposta - Não há que duvidar.

Pergunta - Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.
Resposta - É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio... ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias".

Por aí vemos que no mecanismo da cura pelo Passe, são os Espíritos que conduzem o processo, pois que:

  • Aumentam nossos fluidos
  • Dirigem nossos fluidos
  • Qualificam nossos fluidos

Na 6ª pergunta, desejando saber se nas pessoas que possuem o dom de curar, se haveria também ação magnética ou apenas influência dos Espíritos, obteve como resposta: "uma e outra coisa. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois que atuam sob a influência dos espíritos".

CONCEITOS

Segundo Kardec, a ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste ao corpo material. (Rev. Espírita - Ano Viii - Setembro 1865 - Volume 9 - Pag. 258).

Tal assertiva é hoje comprovada cientificamente, o que demonstra o papel importantíssimo do perispírito na economia orgânica. A comprovação temos em várias obras e principalmente no livro de Sheila Ostrander e Lynn Shoroeder, "Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro", à pag. 243, quando nos diz: "Os trabalhos preliminares com a fotografia Kirliana até agora parecem indicar que a cura psíquica envolve uma transferência de energia do corpo bioplasmático do curador para o corpo bioplasmático do paciente.

Sendo o intermediário entre o corpo e o espírito o perispírito possui esta característica de receptor e transmissor.

As mudanças ocorridas nesse nível finalmente se refletem no corpo físico e, segundo se afirma, curam-no.

Que é o Corpo Bioplasmático, energético, da ciência?

Nada mais que o Perispírito, que Kardec nos revelou há 142 anos.

Assim é que segundo Kardec, o passe, é a transferência de fluidos de perispírito para perispírito. (A Gênese - Cap. Xiv - Item 31).

No movimento espírita, existem outros conceitos, tais como:

"É uma transfusão de energias psíquicas..."

(Emmanuel - O Consolador - questão 99)

"É uma transfusão de energias regeneradoras..."

(Marco Prisco - Ementário Espírita)

"Não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos".

(André Luiz - Opinião Espírita - cap. 55)

"...O passe é transfusão de energias fisio-psíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício".

(Emmanuel - Segue-me - cap. O PASSE).

A FÉ E SUA INFLUÊNCIA NOS PROCESSOS DE CURAS

Verificamos três importantes assuntos no campo do passe, que são também deveras preponderantes para que a ação fluídica transmitida ao enfermo possa gerar profundo restabelecimento.

O poder da fé demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível.

Daí decorre que, aquele que, a um grande poder fluídico normal, junta a FÉ, pode só pela força de sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros mais, tidos antigamente por prodígios, milagres, mas que não passam de efeitos de uma lei natural, tal o motivo que levou a Jesus dizer a seus apóstolos: "Se não curastes, foi porque não tendes fé". (Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap 7).

Na verdade não há muito o que interpretar destas palavras de Kardec; apenas queremos aqui ressaltar a ponte existente entre a fé e a ação fluídica por obra da força de vontade. Torna-se desnecessário dizer, que na ausência da fé, por parte do passista, é a anulação prática de seu poder fluídico e, no paciente é a falta do catalisador fundamental do restabelecimento. Conforme Kardec nos assevera : "Entende-se por fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim." . A A fé que compreendendo o mecanismo de atuação acredita patentemente na assistência invisível no momento da ação fluídica. Não vamos confundir a fé com presunção, pois a fé é humilde.

Tanto quem doa como também quem recebe esta fé deverá ser uma diretriz muito importante no resultado das atividades fluidoterápicas.

MERECIMENTO

Para podermos em profundidade entender o merecimento faz-se necessário recorrer à teoria da reencarnação. Como esse tema, por si só, comporta muitos volumes e não é o nosso objetivo nesse estudo, nos limitaremos a um raciocínio de Kardec, simples e por demais objetivo, o qual se não leva os descrentes a aceitar a reencarnação, pelo menos os induz a pensar e reconhecer, logicamente que sua possibilidade é mais racional e justa que sua negação pura e simples. "Por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias (doenças incuráveis ou de nascença, mortes prematuras, reveses da fortuna, pobreza extrema, etc.) são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na visa atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente a esta." (Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap 5).

Isto posto, afiançamos que a questão do merecimento está diretamente ligada aos débitos do passado, tanto desta quanto de outras vidas, como aos esforços que vimos empreendendo para nos melhorarmos física, psíquica, moral e espiritualmente.

Porventura, se na vida anterior envolvemos a nós mesmos em pesados delitos, tendo comprometido igualmente nosso perispírito, teremos que assumir também as conseqüências de tais mazelas. Sendo o nosso órgão espiritual comparado a uma esponja que a tudo absorve, seguramente transferirá ao novo corpo as deficiências localizadas, as quais, dependendo da extensão e gravidade das faltas, demorarão para se reharmonizar, envolvendo-nos no aprendizado de valorização das reais finalidades orgânicas.

Por outro lado, se temos qualquer problema, que tomamos aqui, o fumo, e devido a esse fumo temos problemas pulmonares e queremos nos tratar, mas não largamos o cigarro, por mais ingentes sejam os esforços fluídicos empregados para o restabelecimento, tudo redundará em falhas ou ineficiência, no mesmo caso acontece, com os problemas psíquicos (cármico), e não nos esforçamos por melhorar nosso mundo mental, nosso padrão vibratório, nosso campo psíquico, dificilmente conseguiremos atingir nosso desiderato. Situações tais, vulgarmente chamadas de "ausência de merecimento", são fatores a serem considerados nos tratamentos fluidoterápicos.

Como a situação da falta de merecimento está vinculada diretamente com nossa inferioridade, poucos são os que aceitam tal explicação com tranqüilidade, pois, mesmo sendo quem somos, nos acreditamos melhores do que na realidade o somos e , por isso mesmo queremos "driblar" a espiritualidade fazendo rápidas e curtas e diria também sem sentimentos boas ações, com isso imaginando adquirir a "senha" do merecimento. E Aí, verificamos algumas opiniões sobre os passistas, no sentido de que eles não são "bons", não estão "amparados pelos espíritos", que não "servem para tal", e outras mais, todavia costumeiramente nos esquecemos que às vezes existe maior merecimento em continuar enfermo do que saudável.

Finalizando, diremos que não existe tratamento impossível, pitadas de altivez, animo, força de vontade, crescimento moral, fé são também disposições que permitimos a nós mesmo para uma futura melhoria física ou espiritual. E lembrando a máxima de Jesus que " a fé transporta montanhas".

A VONTADE

Iniciemos seu estudo com Kardec: " Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como há de explicar a ação material de tão sutil agente? - A vontade é atributo essencial do espírito. Com o auxílio desse alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas. Tanto quanto do espírito errante, a vontade é igualmente atributo do espírito encarnado; daí o poder do magnetizador, poder que se sabe esta na razão direta da força de vontade. Podendo o espírito encarnado atuar sobre a matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos limites. (Livro dos Médiuns, cap 8, item 131).

A clareza e a objetividade destas palavras não nos deixam dúvidas. Tratam desde a origem, a sede da vontade, até seu alcance, sua desenvoltura, ligando-lhe a intensidade tais sucessos magnéticos da cura. A vontade, não podendo ser confundida como uma técnica em si, é a propulsora da ação fluidoterápica por excelência, tanto a nível de emissão fluídica como de recepção. Falamos recepção, pois também somos conhecedores que a vontade firme de receber absorve com maior profundidade e eficiência a ação fluídica do magnetizador e dos espíritos envolvidos na tarefa.

E os espíritos ainda, nos garantem que ela ( a vontade) pode ser aumentada por suas influências e ajuda, indiretamente confirmando-nos que, de fato, somos por eles dirigidos. (Livro dos Espíritos, questão 459).

" Compreendemos que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesmo os agentes de luz ou de sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade". (André Luiz, Mecanismos da Mediunidade, cap 4 - Indução mental).

Então verificando todo o explanado acima, concluímos generalizando que só seremos bons passistas se, além dos caracteres anteriormente já analisados, possuirmos uma vontade firme e ativa, a qual é construída com ação e vivência consciente, e não só com palavras.

O PASSISTA

" A mediunidade curativa consiste no dom que certas pessoas tem de curar pelo simples toque, pelo olhar ou por um gesto. Sem o concurso de qualquer medicação, sendo o médium um intermediário entre os espíritos e o homem. (Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, cap 14) É claro que não nos reportamos aos magnetizadores que desenvolvem as forças que lhe são peculiares, no trato as saúde humana. Referimo-nos, sim, aos intérpretes da espiritualidade superior, consagrados à assistência providencial dos enfermos para encorajar-lhes a ação, pois caracteriza-se mediunidade, desde que haja influência exterior ou melhor dizendo, espiritual. Decerto, o estudo da constituição humana lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto ao aluno de enfermagem, embora não seja médico, se recomenda a aquisição de conhecimentos do corpo em si. E do mesmo modo que esse aprendiz de rudimentos da medicina precisa atentar para a assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista necessitará vigilância no seu campo de ação, porquanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo naqueles que se proponha socorrer.

"Os encarnados de um modo geral, poderiam colaborar em semelhantes atividades de auxílio magnético? Perguntou André Luiz.

Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido - e, porquanto, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam indiretamente a neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor.

Todavia nas atividades de assistência espiritual, o passe é das tarefas mais delicadas, exigindo muito critério, responsabilidade e boa vontade. Os médiuns precisam revelar algumas qualidades de ordem superior entre as quais destacamos, como ideal a ser perseguido, as seguintes: (André Luiz, em Missionários da Luz, cap 19).

  • Ter grande domínio sobre si mesmo
  • Espontâneo equilíbrio dos sentimentos
  • Acendrado amor aos semelhantes
  • Alta compreensão da vida
  • Profunda confiança no Poder Divino".

O passista é aquele que ministra o passe. Ser um passista espírita é uma tarefa de grande responsabilidade, pois trata-se de ajudar e abençoar as pessoas em nome de Deus. Pessoas carentes e sedentas de melhoria, procuram no centro espírita o recurso do passe como forma de alívio das pressões psicológicas e sustentação para suas forças morais e físicas.

O passista não precisa ser um santo, mas necessita esforçar-se na melhoria íntima e no aprendizado intelectual, conforme acima vemos. Armado do desejo sincero de servir, quase todos os iniciantes podem trabalhar neste sagrado ministério. O passista deve procurar viver uma vida sadia, tanto física quanto moralmente. Aos poucos, os vícios terrenos têm que ceder lugar às virtudes. O uso do cigarro e da bebida devem ser evitados. Como o passista doa de si uma parte dos fluidos que vão fortalecer o lado material e espiritual do necessitado, esses fluidos precisam estar limpos de vibrações deletérias oriundas de vícios.

No aspecto mental, o passista deve cultivar bons pensamentos no seu dia-a-dia. O orgulho, o egoísmo, a maledicência, a sensualidade exagerada e a violência nas atitudes devem ser combatidos constantemente. A Espiritualidade superior associa equipes de Benfeitores aos trabalhadores que se esforçam, multiplicando-lhes a capacidade de serviço.

A fé racional e a certeza no amparo dos bons Espíritos são sentimentos que devem estar presentes no coração de todos os passistas. É fundamental no trabalho de passe, doar-se com sinceridade à tarefa sob sua responsabilidade, vendo em todo sofredor uma alma carente de amparo e orientação.

O passista não deve ter preferência por quem quer que seja. Seu auxílio deve ser igualmente distribuído a todas as criaturas. As elevadas condições morais do passista são fundamentais para que ele consiga obter um resultado satisfatório no serviço do passe.

Portanto, todos podemos ministrar passes, porém é necessário um mínimo preparo moral a fim de que a ajuda seja o mais eficaz possível. Como todas as tarefas realizadas dentro do centro espírita, esta também carece de cuidados e atenção por parte de quem se propõe a executá-la.

“Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus” - (Allan Kardec - Revista Espírita, Setembro, 1865).

CONDIÇÕES FÍSICAS DO PASSISTA

Deste ponto de visualização, poderia parecer à primeira vista que apenas aqueles que têm bom condicionamento físico são passíveis de aplicar passes. É fora de dúvidas que uma saúde perfeita, um corpo sem doenças, favorecerá enormemente na função de uma boa doação fluídica, transmitindo de uma forma mais harmônica e profunda os fluidos salutares. Mas, por todo o estudo que até aqui sintetizamos, é bem fácil verificar que isso não é tudo; afinal, são inumeráveis os casos de pessoas que são socorridas por outras mais débeis e frágeis fisicamente, mas, nem por isso, os alcances são menos expressivos.

Todavia, neste trabalho, de modo algum estamos querendo menosprezar o valor do equilíbrio orgânico do médium passista, notadamente daquele que doa as suas próprias energias.

Vejamos como pensa Michaelus em seu Livro Magnetismo Espiritual: " Um corpo sem saúde não pode transmitir aquilo que não possui; a sua irradiação seria fraca, ineficaz e mais nociva do que útil, para si e para o doente".

"Deve-se, entretanto, distinguir entre uma pessoa incessantemente doente da que é apenas atingida de uma doença local, um mal de estômago, dos rins, etc., embora de caráter crônico." (Michaelus, no mesmo livro, cap 7).

Apesar de parecer contraditório, a saúde é importante ser velada, mas, de igual modo, não é tudo. Afinal, como o fluxo magnético provém não só do corpo senão essencialmente da alma, é desta que devemos cuidar em primeiro lugar. Só que é indissociável o cuidar de uma sem o zelar da oura. Outrossim, o estado físico, por si só, não diz tudo o que precisa ser observado; já dissemos em outros capítulos, que a mentalização negativa destrói, desintegra, perturba nossos campos fluídicos equilibrados e equilibrantes, donde fácil concluir que o físico não é sobrevalente ao estado mental.

De forma alguma, como já expressamos acima, queremos dizer que o zelo pela saúde não seja necessário, pois, o é realmente. Em primeiro lugar por estarmos cuidando do veículo de manifestação de nosso espírito na terra, para através dele poder aprender, viver e obrar. Em segundo lugar que aquele que doa algo, deverá profundamente se preocupar com o que estar doando, para que não prejudique aquele que recebe, ao invés de o ajudar.

Preocupamo-nos aqui, também com a alimentação, pois conforme André Luiz nos diz em seu Livro Missionários da Luz, cap 19: " "O excesso de alimentação produz odores fétido, através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago prejudicando as faculdades radiantes devido às desarmonias que geram no aparelho gastrointestinal. O álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares".

A saúde, como podemos verificar, é uma das condições primordiais para o trabalho do passe.

Se o médium não tem uma saúde, ao menos, harmônica, como poderá transmiti-la?.

Os fluidos que saem através do passista é lógico que vão impregnados de saúde ou de mazelas segundo a situação de que o médium se encontre.

A vontade que movimenta os fluidos regeneradores, capazes de rearmonizar o perispírito ou o organismo enfermiço, pode manipular fluidos deletérios pelo mesmo mecanismo, criando ou até mesmo acentuando males em curso de instalação ou de desenvolvimento. O passista poderá receber fluidos puros, estes, porém, serão tisnados ao contato de suas próprias emanações individuais que lhe alteram o teor regenerativo, poluindo-os antes de transferi-los ao amigo enfermo.

CONDIÇÕES MORAIS

Fazendo uso da palavras do Codificador em o Livro dos Médiuns, cap 20, compreenderemos de uma maneira mais alargada a função da moral em torno do passe:

" Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. A alma exerce sobre o espírito livre um espécie de atração, ou repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. As qualidades, que de preferência, atraem os bons espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria. Além disso, a porta que os espíritos imperfeitos exploram com mais habilidade é o orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho tem perdido muitos médiuns dotados das mais belas faculdades".

Na Revista Espírita de Outubro de 1867, Kardec publicou uma mensagem do Abade Príncipe de Hohenlohe muito interessante:

"Conforme o estado de vossa alma e as aptidões do vosso organismo, podeis, se Deus vo-lo permitir, tanto curar as dores físicas quanto os sofrimentos morais, ou ambos. Duvidais de ser capaz de fazer uma ou outra coisa, porque conheceis as vossas imperfeições . Mas Deus não pede a perfeição, a pureza absoluta dos homens da terra. A esse título, ninguém entre vós seria digno de ser médium curador. Deus pede que vos melhoreis, que façais esforços constantes para vos purificar e vos leva em conta a vossa boa vontade. Melhorai-vos pela prece, pelo amor ao Senhor, de vossos irmãos e não duvideis que o Todo-Poderoso não vos dê as ocasiões freqüentes de exercer vossa faculdade mediúnica. Até lá orai, progredi pela caridade moral, pela influência do exemplo".

Noutra oportunidade o Codificador indagou ao espírito Annonay, sonâmbula de uma lucidez notável, a qual ele conhecera quando encarnada: (Revista espírita, Março de 1859)

"27 - O poder magnético do magnetizador depende de sua constituição física?
Sim, mas muito de seu caráter. Numa palavra; depende de si próprio.

30 - Quais as qualidades mais essenciais para o magnetizador?
O coração, as boas intenções sempre firmes; o desinteresse.

31 - Quais os defeitos que mais o prejudicam?
As más inclinações, ou melhor, o desejo de prejudicar".

Verificamos que o fluido emanado por nós será sempre mais depurado a medida que formos mais puros e despendidos da matéria, a medida que darmos mais valor aos bens espirituais em detrimento das coisas materiais.

"As qualidades do fluido humano apresentam nuanças infinitas, conforme as qualidades físicas e morais do indivíduo. É evidente que o fluido emanado de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos ao magnetizado. As qualidades morais do magnetizados, isto é, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar o seu semelhante, aliado à saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos indivíduos, aproximar-se das qualidades do fluido espiritual". (Revista Espírita, Setembro de 1865).

Reflitamos no que nos diz o espírito Alexandre em o Livro Missionários da Luz, cap 19:

"O missionário do auxílio magnético, na Crosta terrestre ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino".

Não pensemos, todavia, que isso só se aplica aos espíritas. A moral é chave fundamental para todos os povos. "Os curandeiros, mesmo aqueles que não são vistos com os bons olhos da humanidade, inclusive uma grande parte espírita, são portadores de virtudes enobrecedoras e, sem dúvida, isso é fundamental para seus sucessos". (George W. Meek, em As Curas Paranormais ).

Através de todas estas análises, sentimos como o posicionamento moral do médium é muito importante para o sucesso de sua tarefa. Não esperemos, pois, que os pacientes sejam sempre "bonzinhos" e que os espíritos estejam sempre "na agulha" para agiram ao nosso "estalar de dedos", sem que sejamos nós os primeiros a estarmos prontos, física e sobretudo, moralmente para o trabalho. Não seria de se pensar diferente. A moral há de ter importância preponderante nos trabalhos fluídicos, já que o meio onde os fluidos são processados é basicamente mental (para não dizer espiritual). A mente determina a vibração fluídica a partir da vontade e esta libera os fluidos, tonificando-os pelo padrões psíquicos dos emissores; estes fluidos serão tão melhormente consistentes e harmonizados quanto maior equilíbrio tiver a moral dos doadores. Assim, deixando de lado as condições do receptor final (paciente), a emissão fluídica assume o cunho de pureza determinada pela moral em que vibram os emissores.

CONDIÇÕES MENTAIS

Ondas vitais, essenciais, pensamentos, idéias, desejos e etc...

Tudo isso age e reage sobre os outros seres, influenciando-os em sua vontade, sentimentos, pensamentos e atos. E tudo se reflete na radiação tonal, na aura individual, criando atmosfera boa ou má, atrativa ou repulsiva, saudável ou enfermiça. Para termos este campo vibratório em uma condição menos deplorável, é imprescindível que tomemos em conta nosso direcionamento mental, em que diapasão estamos tratando de vibrar, para sabermos o que iremos receber, pois, as afinidades vibratórias [e que regulam esse intercâmbio de dar e receber, no plano invisível, forças e fluidos. Facilitando ou dificultando ainda mais, o trabalho da espiritualidade responsável pelos trabalhos de fluidificação.

Estas condições que ora abordamos estão profundamente relacionadas com as anteriores, ou seja, as condições morais do médium passista

Vamos ainda pensar nas condições psicológicas do médium ante o serviço do passe. Muitas publicações têm surgido em nossos tempos, sobre o poder da mente, com colocações, diríamos, nem sempre bem ponderadas. Isto porque, na maioria delas, enfatiza-se o "querer é poder", mas, atribuindo ao querer a simples repetitividade, até meio irracional, de palavras ou frases "chaves". Os médiuns hão de desenvolver condições íntimas de fé e confiança, que se adquirem com muito labor. A alma exerce sobre o espírito livre uma espécie de atração ou repulsão, conforme o grau de atitudes cultivadas existentes entre eles. A mente esta presente como ponto de muita relevância nas manifestações mediúnicas, pois o cérebro é um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual, ou seja, se não tentarmos manter-nos em um estado constante de reforma mental, na construção de pensamentos melhores, seguramente estaremos também prejudicando esta manifestação de amor através do passe. Pois atraímos a sintonia que cultivamos. O Cultivo da mente pura é nosso dever, já que como vimos, ela é o filtro por onde passam as benesses que favorecerão nosso próximo e, por conseguinte, a nós mesmos.

A energia transmitida pelos amigos espirituais circula primeiramente na cabeça dos médiuns (só para recordar, lembremos onde fica o Centro Coronário e qual a sua importância).

O cérebro é como um aparelho emissor e receptor de ondas mentais; o pensamento é um fluxo energético do campo espiritual.

A vibração é um movimento de vaivém, chama-se movimento vibratório.

Sintonia é a identidade ou harmonia vibratória, isto é, o grau de semelhança das emissões ou radiações mentais de dois ou mais espíritos, encarnados ou desencarnados, ou seja, afinidade moral.

Sabemos que o pensamento é um fluxo fluídico, é matéria sutil do corpo espiritual, logo é concreto e às vezes muito visível, podendo perdurar longamente em dadas circunstâncias.

Portanto o padrão vibratório é uma maneira de definir o padrão moral do espírito. Atraímos as mentes que possuem o mesmo padrão vibratório nosso, que estão no mesmo nível moral. A comunicação interespiritual é controlada pelo grau de sintonia, a qual a seu turno, decorre da afinidade moral. Temos por isso, a companhia espiritual que desejamos mediante o nosso comportamento, sentimentos, pensamentos e aspirações. Estão ao nosso redor aqueles que sintonizam conosco ou têm contas a ajustar.

É o caso e a hora de perguntar: como podemos elevar cada vez mais as nossas vibrações e, assim, aprimorar a capacidade de sintonia e vibração? - Enriquecendo o pensamento por meio do desenvolvimento da INTELIGÊNCIA; - estudo, conhecimento. SENTIMENTO; - prática do bem, serviço prestado, moralidade, em suma, auto-aperfeiçoamento pelo esforço próprio no caminho do bem. Com particular aplicação à Mediunidade, que não progride sem o aprimoramento do médium.

Em virtude do princípio de sintonia, estabelece-se uma dependência entre encarnados e desencarnados quando ambos estão perturbados e emitindo vibrações viciadas. A identidade vibratória inferior, no caso do ódio, ressentimento, tristeza, desânimo, etc., prende os desencarnados mais ou menos inconscientes do seu estado na aura magnética dos encarnados.

QUEM RECEBE (O PACIENTE)

Conforme já estudamos, basicamente são dois os personagens que se interligam no mecanismo do passe: o receptor e o doador.

Por isso, o sucesso ou insucesso de um tratamento fluidoterápico depende, diretamente, do comportamento deles.

Ë necessário um comprometimento, não somente no momento do passe, todavia um comprometimento necessário a mudança íntima do ser, em seus atos diários, na forma de pensar e agir.

Este é um pensamento genérico, haja vista sabermos que vários fatores influem no processo, os quais nem ao menos se limitam à esfera material. Todavia no momento veremos quem recebe. Não sabemos de onde veio, por onde veio, que religião tem. Mas sabemos o essencial: ele é o nosso próximo, e está, ali necessitando de ajuda e colocando-se na condição de recebedor, que é indubitavelmente condições iniciais para qualquer tratamento, assim como o arrependimento é indiscutivelmente necessário para qualquer processo de restabelecimento de contas com a bondade Divina, todavia deverá vir juntamente com a reparação, para receber algo que esta querendo ou necessitando e principalmente se propôs a receber algo, que é para nós, os médiuns, os dirigentes e as Casas Espíritas, um bom caminho para a prática do amor fraternal, desinteressado e cristão. Portanto, mãos à obra.

Primeiro, nos conscientizemos de que devemos dar ao paciente, além do passe, tudo o mais que é da maior importância: evangelho, orientação, desmistificação do tratamento e desmistificação dos ídolos, conclamando-os à reforma interior e à compreensão dos fatos para, pelo conhecimento, não ser levado a vícios e equívocos que, embora costumeiros, são injustificáveis.

Como homens, sabemos que a administração do patrimônio orgânico é tarefa pessoal e intransferível, estando não apenas sua manutenção sobre nossa responsabilidade, mas, igualmente sua conservação dentro dos padrões de equilíbrio que a própria natureza nos indica. Emmanuel em o Consolador salienta que: “Quando, porém, o homem espiritual dominar o homem físico, os elementos medicamentosos da Terra estarão transformados na excelência dos recursos psíquicos e essa grande oficina achar-se-á elevada a santuário de forças e possibilidades espirituais juntos das almas”.

Podemos destacar entre os que recebem o passe os seguintes tipos de pacientes:

Paciente com problemas físicos

Incluem os pacientes que apresentam problemas orgânicos, desprezando qualquer fator que não seja puramente físico. Subdividiremos este grupo de pacientes em três:

Portadores de doenças contagiosas

O passista não deve negar atendimento a essa categoria por medo de contágio, todavia devemos ter o bom senso de não expor alguém que venha em busca de auxílio ao contágio de outro mal. Tal como não será cristão dispor o contagiante que igualmente busca ajuda, ao ridículo da execração de outrem. A prudência nos sugere discernimento e tato.

Portadores de doenças não contagiosas

O paciente aqui enquadrado não expõe outros a risos de contágio, seu atendimento poderá ser feito tanto de forma individualizada quanto em grupo, dependendo do tratamento e das técnicas a serem usadas.

Pacientes com problemas espirituais

Pacientes nessas circunstâncias sentem com muita freqüência a “influência ou a aproximação” de entidades espirituais, quando recebem o passe. Deveremos ai utilizar das técnicas mais designadas a esse tipo de problema, desligando o “plug”, encarnado – desencarnado para os devidos tratamentos.

Dividiremos também este grupo em três subdivisões:

  • De origem Prispirítica (Cármica)
  • De origem Obsessiva
  • Decorrentes de desvios Morais

Pacientes com ambos os problemas

Verificamos aqui, os pacientes com problemas físicos (orgânicos) e psíquicos (espirituais)

Mais uma vez nos deparamos com a prudência em analisar e principalmente nunca, descartar o tratamento da medicina convencional para alguns casos. Através do estudo, sempre conjugado à intuição espiritual, podemos avaliar a maior valência do problema do paciente para bem direcionar o tratamento. Caso prevaleça o aspecto físico, recomenda-se os cuidados descritos para pacientes com estes problemas. Contudo, o bom senso nos recomenda não fazermos distinção tão marcante, notadamente porque os espíritos serão os verdadeiros ‘operadores” e, quase sempre, serão eles que encaminharão todo o processo, abstração feita à responsabilidade dos médiuns.

A paciência também será grandioso instrumento para este tratamento, paciência esta, por parte do paciente e do passista.

Assim o passe é destinado a:

  • Alguém que procura, solicita, se esforça ou requer emergência;
  • Alguém que se encontra hipnotizado magneticamente, quer por força material ou por força espiritual;
  • Alguém que necessita de recursos terapêuticos complementar, reparatório ou preparatório;
  • Alguém que está sob influencia obsessiva, como parte do tratamento obsessivo.

PREPARO DO PASSISTA E DO PACIENTE

Kardec ( obras póstumas ) nos informa que "A força magnética é puramente orgânica; pode, como a força muscular, ser partilha de toda gente, mesmo do homem perverso; mas só o homem de bem se serve dela exclusivamente para o bem... mais depurado, o seu fluido possui propriedades benfazejas e reparadoras, que não pode ter o homem vicioso ou interessado."

Analisando esta assertiva, concluímos que, para que exista um perfeito entrosamento Espírito protetor - passista, e para o Espírito que vem auxiliar possa realmente combinar o seu fluido com o fluido humano, lhe imprimindo qualidades de que ele carece, é necessário que o passista dê condições para que esse intercâmbio se faça, condições essas de natureza física e espiritual.

A saúde do passista é uma condição primordial para a realização de um bom trabalho. Assim, como a qualidade do fluido está na razão direta do estado de evolução da alma, assim também, a maior ou menor eficiência da magnetização, depende da saúde do corpo físico; a razão é clara: um corpo sem saúde não pode transmitir aquilo que não possui.

Quanto mais equilibrado o organismo, maior o rendimento de suas energias, que serão partilhadas. De um modo geral, deve-se evitar tudo quanto implica em desgaste ou perda de energia: Excessos sexuais, trabalhos demasiados, alimentação imprópria, hiperácida, bem como o álcool, a nicotina e os entorpecentes de toda a espécie.

Para o passista, na execução da tarefa que lhe está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros setores; é necessário revelar determinadas qualidades de ordem superior, apresentando grande domínio de si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acentuado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda, confiança no poder divino.

Semelhantes requisitos constituem exigências a que não se pode fugir, mas a boa vontade sincera, em alguns casos pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica em virtude da assistência prestada pelos benfeitores espirituais aos servidores humanos, ainda incompletos no terreno das qualidades desejáveis.

A prece representa elemento indispensável para que a alma do passista estabeleça comunhão direta com as forças do bem, favorecendo assim, a canalização através da mente, dos recursos magnéticos necessários das esferas elevadas.

Não se deve também abusar da magnetização, com processos prolongados ou em grandes quantidades, o que ocasiona dispêndio de fluidos, e conseqüentemente, a fadiga. Não se deve transmitir uma força já em grau de esgotamento, a qual não beneficia quem recebe, e prejudica quem transmite.

Resumindo, vida sóbria e moderada, sem abusos, desequilíbrios, sem excessos e desvios, é o que se prescreve ao magnetizador.

Existem doentes, em que o magnetismo nenhuma influência exerce, e outros em que a ação desde logo é evidenciada e decisiva, por fatores devido ao magnetizador, ao magnetizado, ou a ambos.

Preparar um doente para aplicação do devido tratamento espiritual, é colocá-lo em estado de perfeita harmonia com a fé em Deus.

Alguns itens deverão ser observados para a preparação do paciente, tais como o ambiente familiar, a sua posição mental e o estado espiritual.

O principal agente de cura, reside no próprio doente: é o desejo de transformação interior, e a elevação mental. Com isso, muito mais eficiente será a ação da magnetização, e do auxílio do mundo espiritual superior, far-se-á mais naturalmente.

O magnetismo, em certos estados de ordem psíquica ou espiritual, basta e pode ser o melhor agente corretivo. Porém não se pode ter o magnetismo, como agente curador exclusivo, para a maioria dos casos e dos indivíduos. É preciso atentar para o corpo já afetado, e principalmente, para problemas cármicos, quando então o magnetismo atuará como renovador de energias, para que possa se suportar com fé e equilíbrio, as expiações de vidas pretéritas.


texto - http://www.espirito.org.br/portal/artigos/elferr/o-passe-espirita.html

imagem - centroespiritapontodeluz.blogspot.com

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