segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

PENSAMENTO E SAÚDE



Andrei Moreira *


A Doutrina espírita, enquanto filosofia e ciência de conseqüências religiosas, conforme nos afirmou Allan Kardec no livro Obras Póstumas, analisa o ser humano e a suas manifestações sob o prisma da imortalidade da alma. Nessa visão, o homem é mais que matéria, é o princípio inteligente do universo, que manifesta-se na matéria utilizando-se de inúmeros corpos, matérias em estados vibratórios diferenciados, que vão da materialidade máxima do corpo físico à sutileza espiritual, transcendente, do espírito, inteligência que espelha, de certa maneira, a inteligência suprema do universo, da qual foi criado à imagem e semelhança.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, cunhou o termo perispírito para designar o conjunto de corpos que envolvem o espírito (Per, prefixo grego = em volta de). Conhecemos, por meio da literatura mediúnica, o duplo etérico, corpo de vitalidade, presente somente nos encarnados, que vitaliza a matéria orgânica; o corpo astral, corpo das emoções, de que se utiliza o espírito para se manifestar nas dimensões mais próximas à Terra, mais ou menos materializadas, corpo este sutil, controlado pela mente do espírito, maleável e sensível às transformações do sentimento e do padrão mental; e o corpo mental, sede da mente do espírito. Haveria ainda dois outros corpos, indicados pelo conhecimento esotérico, porém ainda sem estudos na literatura espírita: corpo átmico e corpo búdico. Essa introdução é necessária para que compreendamos que o pensamento, ondas de energia sutil, emana da mente do espírito que está localizada em região supra-cerebral, não se limitando a uma secreção neuroquímica do cérebro físico, como acredita a fisiologia e a Medicina terrena.

Segundo Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, “assim como a aranha vive no centro da própria teia, o homem vive submerso nas criações do seu pensamento”. Imagem muito feliz, pois o espírito, pensando ininterruptamente, afeta com sua vibração peculiar o mundo em que vive, estabelecendo ligações com criaturas, circunstâncias e localidades, bem como edifica ou destrói o seu mundo íntimo, das células ao organismo, conforme elege a qualidade do que cultiva em seu campo mental e emocional. A aranha constrói a própria teia, que nasce dela, e nela se locomove, captura insetos, interage com o ambiente e reside. Da mesma forma o espírito, pensando cria e criando se alimenta daquilo que elegeu para sua vida interior. Afirma-nos Emmanuel, no livro Pão Nosso: “Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no capo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção”.

Analisaremos a criação do pensamento inicialmente no mundo íntimo e, após, na realidade exterior, para compreendermos um pouco mais como o pensamento cria e controla a vida, como expressão do espírito imortal.


O Pensamento e o controle celular


No livro Roteiro, Emmanuel no ensina que “O pensamento é o gerador dos infra-corpúsculos ou das linhas de força do mundo subatômico, criador de correntes de bem ou mal, grandeza ou decadência, vida ou morte, segundo a vontade que o exterioriza e dirige”. Compreendemos com isso que o pensamento atua na base da matéria, no mundo subatômico, influenciando seu funcionamento.

No organismo humano temos a célula como unidade básica, o tijolo do corpo. Células se agrupam formando tecidos, os tecidos formam órgãos, os órgãos formam sistemas e os sistemas, o organismo. Na intimidade da célula encontramos o núcleo celular, onde se localiza o DNA, que, acredita-se, rege a vida na intimidade orgânica. Do núcleo celular partem as ordens, os comandos para produção de todas as substâncias, que são fabricadas no citoplasma da célula. Em evolução em dois mundos, André Luiz no informa que o pensamento atua influenciando e alterando, por meio do que ele chamou de bióforos (que sofrem a ação do pensamento), a interpretação a execução das ordens vindas do núcleo: Portanto, como é fácil de sentir e apreender, o corpo herda naturalmente do corpo, segundo as disposições da mente que se ajusta a outras mentes, nos circuitos da afinidade, cabendo, pois, ao homem responsável reconhecer que a hereditariedade relativa mas compulsória lhe talhará o corpo físico de que necessita em determinada encarnação, não lhe sendo possível alterar o plano de serviço que mereceu ou de que foi incumbido, segundo as suas aquisições e necessidades, mas pode, pela própria conduta feliz ou infeliz, acentuar ou esbater a coloração dos programas que lhe indicam a rota, através dos bióforos ou unidades de forca psicossomática que atuam no citoplasma, projetando sobre as células e, conseqüentemente, sobre o corpo os estados da mente, que estará enobrecendo ou agravando a própria situação, de acordo com a sua escolha do bem ou do mal”

O DNA representa a herança de cada um de seu passado espiritual, aquilo que é necessário ser trabalhado nessa encarnação ou que foi conseqüência imediata das escolhas do passado. É selecionado pelo ser reencarnante que elege (ou tem eleitas pelos espíritos superiores que dirigem o processo encarnatório) as necessidades espirituais mais prementes, as tendências biológicas que afetarão a vida do indivíduo de tal ou tal maneira, conforme as predisposições que o espírito construiu para sua vida. Dessa forma, o DNA representa o presidente da empresa e o citoplasma, os funcionários da mesma. Acreditávamos que a célula funcionasse em regime ditatorial: o núcleo mandou, está mandado. Mas a medicina vem descobrindo, por meio da epigenética (ramo da biologia que estuda as moléculas que interferem na regulação do núcleo celular), que a realidade é outra, a célula se comporta como uma democracia, sendo que variadas condições do meio (nutrição, estresse, etc) e do comportamento mental e moral controlam a expressão do genoma humano. No DNA estão as predisposições, que serão ativadas, inibidas ou reforçadas, conforme o padrão mental, emocional e comportamental do espírito ao longo da encarnação, no que configura o seu livre arbítrio. O DNA, expressando o carma, se modifica somente de encarnação para encarnação, porém sua expressão sofre a regulação e potencialização da vontade do indivíduo que re-decide a vida à medida em que a vive. E aí temos uma das manifestações da misericórdia divina, deixando ao ser que viva não em regime de fatalidade, mas de ação e reação, em todos os instantes da vida.

O pensamento, vertendo continuamente da mente do espírito, atua na intimidade celular, por meio dos circuitos e sistema circulatório energético do organismo humano (chacras, nadis, etc) de forma a autorizar ou desautorizar continuamente os movimentos biológicos que a reencarnação apresenta. Exemplificando: se uma pessoa reencarna com uma tendência a drenagem energética e de algum conteúdo psíquico desarmônico, na forma de um câncer, aos 40 anos de idade, conclamando-a ao reequilíbrio perante a vida, a sua consciência e as leis divinas, terá a oportunidade de, durante todo esse período, trabalhar em sua intimidade as circunstâncias que a levaram ao desequilíbrio, bem como suas tendências e características interiores. Dessa maneira, ao chegar aos 40 anos de idade, poderá ter confirmado sua predisposição, reforçando a necessidade pedagógica e re-harmonizadora de um tumor maligno ou ter amenizado sua experiência, tendo aprendido e se renovado por outros caminhos, atuando beneficamente em seu mundo celular, se conectando ao amor que tudo renova e amenizando a sua experiência, que poderá ser mais branda, ou mesmo inexistir, dependo da intensidade de suas conquistas. Por isso afirmou Pedro, sabiamente: “O amor cobre a multidão de pecados” (I Pedro 4:7) , o que André Luiz, no livro Nos domínios da Mediunidade, traduziu como “a mente reanimada reergue as vidas microscópicas (células) que a servem”. No entanto, caso a pessoa em questão tenha não só deixado de aprender por outros caminhos, mas agravado suas características pela repetição das escolhas, pode, pelo mesmo mecanismo, agravar suas características biológicas, complicando a saúde e determinando lições mais intensas da vida para seu despertamento e reequilíbrio.

Saúde e doença, nessa perspectiva, são, portanto, frutos da somatória e balanço entre predisposição e necessidade, tendência e renovação, a serviço da educação espiritual do espírito imortal e seu conseqüente despertamento para o amor, síntese das leis divinas.


Pensamento e criações mentais


Do ponto de vista exterior, aprendemos com Kardec e os espíritos codificadores, em O Livro dos Espíritos, que estamos rodeados, em nossa atmosfera espiritual, por um fluido básico, denominado fluido cósmico universal e suas transformações (fluidos de variadas espécies). Na revista espírita de Junho de 1868, Kardec nos ensina que O pensamento e a vontade são para os espíritos o que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem a esses fluidos tal ou tal direção; aglomeram-nos, combinam-nos ou os dispersam; com eles formam conjuntos tendo uma aparência, uma forma, uma cor determinada (...) Algumas vezes, essas transformações são o resultado de uma intenção; freqüentemente, são o produto de um pensamento inconsciente; basta ao espírito pensar numa coisa para que essa coisa se produza...”. O pensamento, sendo onda de energia sutil, em associação com o sentimento, plasma na realidade etérica a natureza de nossos interesses e preocupações, sentimentos e fixações, na forma de criações mentais, formas-pensamentos, parasitas astrais, conforme a natureza da criação, que habitam em torno do seu foco de origem, fazendo com cada indivíduo esteja permanentemente rodeado pela representação das coisas, objetos, pessoas, interesses e intenções que povoem o seu campo mental e sua vida íntima. Isso ocorre de tal forma que qualquer espírito menos obnubilado espiritualmente que de nós se aproxime poderá perceber o teor de nossas ocupações e interesses, pelo halo energético, psíquico que irradia de cada um de nós. Talvez por isso Jesus tenha afirmado que “nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado (Lucas 8:17), visto que não há como esconder do universo nossas criações mentais e emocionais.

André Luiz, em Nos domínios da Mediunidade, nos afirma que “onde há pensamento há correntes mentais, e onde há correntes mentais existe associação. E toda associação é interdependência e influenciação recíproca”. As formas pensamentos que são criadas pela nossa vida mental e são vitalizadas pelo nosso sentimento, se associam no universo àquelas de mesmo teor energético, vibratório, formando correntes mentais de acordo com sua natureza íntima. Assim como as ondas de rádio, televisão e telefonia, existem inúmeras correntes mentais e emocionais viajando na atmosfera espiritual do planeta, tantas quantas são as emoções e pensamentos predominantes na humanidade terrestre, localizando-se em cada comunidade as que forem criadas e estiverem em sintonia com o interesse coletivo daqueles que habitam aquela área.

Quando pensamos fixa e continuadamente em algo criamos e criando nos vinculamos às correntes de mesma natureza, dela nos retroalimentando, fortalecendo o teor vibratório íntimo, em sistema de feedback. Marlene Nobre, citando André Luiz em seu livro A Alma da Matéria nos diz que “Uma vez emitidos, os pensamentos voltam inevitavelmente ao próprio emissor, de forma a envolver o ser humano em suas próprias ondas de criações mentais, e, muitas vezes, podem estar acrescidos dos produtos de outros seres, que com eles se harmonizam”. Essa realidade se apresenta de forma automática, natural no dia a dia de encarnados e desencarnados, de forma inconsciente mesmo, conforme ensinou Kardec. Porém se torna ainda mais complexa quando envolve situações e intenções conscientes, conforme nos explica André Luiz em Ação e Reação: “Ora, sabendo que o bem é expansão da luz e que o mal é condensação da sombra, quando nos transviamos na crueldade para com os outros, nossos pensamentos, ondas de energia sutil, de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, agem e reagem sobre si mesmos, em circuito fechado, e trazem-nos, assim, de volta, as sensações desagradáveis, hauridas ao contacto de nossas obras infelizes”. A Medicina hoje nos explica que ao relembrarmos determinado fato temos a produção neuroquímica cerebral compatível com o ato, como se ele ocorresse naquele mesmo instante, configurando verdadeiramente um re-sentimento da circunstância feliz ou infeliz vivenciada. E André Luiz nos afirma que mesmo ao relembrar, revisitamos energeticamente os lugares, criaturas, situações e coisas ligadas ao fato, nos conectando a elas e recebendo delas seu teor energético particular. Baseado nessa consciência, Emmanuel nos adverte em Pão Nosso: “Nosso espírito residirá onde projetarmos nossos pensamentos, alicerces vivos do bem e do mal. Por isto mesmo, dizia Paulo, sabiamente: - "Pensai na coisas que são de cima.". Todo esse retorno energético, sendo reabsorvido por sintonia pelo ser espírito, visita a intimidade celular do mesmo, determinando harmonia ou desarmonia, saúde ou doença conforme a natureza da vibração.


Correntes mentais e formas parasitas


As correntes mentais de natureza inferior, distantes da vibração harmônica do amor, vivem alimentadas pelos sentimentos de ódio, vingança, maldade, inveja, etc, que são expressões da alma em perturbação interior. Essas criações, vitalizadas pela emoção e sentimento afins, ganham vida própria, existindo enquanto houver teor energético suficiente para mantê-las vitalizadas, em manifestação de vida artificial e temporária. O Espírito Ângelo Inácio, pela psicografia de Robson Pinheiro, no livro Legião, nos apresenta essa realidade em uma visita na parte astral de um grande centro urbano: “Vimos uma fina camada de algo que mais parecia uma rede, tecida em material do plano astral semelhante a fios de nylon, com coloração dourada. Com mais atenção ainda, vimos que o material se espalhava por uma área imensa da cidade ou daquele bairro onde estávamos”. Tratava-se de uma criação mental coletiva, de natureza inferior que, pairando sob o bairro, parasitava energeticamente, com sua irradiação magnética, à semelhança de tentáculos, todos aqueles que entravam em sintonia com seu teor vibratório. Estes tinham sua energia vital sugada, alimentando a criação mental, enquanto recebiam seu teor energético nocivo e deletério, que aumentava as emoções, sentimentos e pensamentos de natureza afim, agravando os conflitos internos e afetando negativamente a saúde dos indivíduos.

Todo ambiente tem a sua criação mental peculiar, de acordo com a somatória dos interesses daqueles que ali freqüentam, convivem e trabalham: “Uma assembléia é um foco onde irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos onde cada um produz a sua nota. Disto resulta uma porção de correntes e de eflúvios fluídicos dos quais cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição”, afirmou Allan Kardec na Revista Espírita de 1864. Ângelo Inácio apresenta essa realidade falando do ambiente de saunas, igrejas e outras localidades e exortando a cada um a selecionar onde freqüentar, quando, como e com quem, visto que nos alimentamos psiquicamente e energeticamente daquilo que nos excita o interesse. Visitando um hospital de grande porte, ele narra: “Estávamos agora em um hospital, um pronto-socorro municipal (...) diversos indivíduos, que exalavam odores desagradáveis pareciam atrair formas mentais assemelhadas a aranhas, que andavam sobre seus corpos e, em determinado momento, inseriam pequenos ferrões nos corpos de suas vítimas, como se injetassem algum veneno nelas”. Sabemos que essas aranhas são criações mentais nocivas que tem essa forma devido à influência do inconsciente coletivo, que fornece os modelos de repugnância e medo daquela comunidade, formatando as formas mentais compatíveis com esses sentimentos e que são atraídas para aqueles que possuem padrão mental semelhante. No caso, os doentes afetados mantinham-se em atitude mental de rebeldia, inconformação e revolta interior, atraindo para si as formas mentais em sintonia com esse estado do pensamento e do sentimento. Da mesma forma, quando alimenta-se de esperança, paz, otimismo e alegria, o homem se conecta com as correntes mentais dessa natureza, haurindo delas a força para continuidade desse estado e a manutenção da paz interior. A prece, recurso psíquico de autodefesa mental, energética e emocional, como manifestação de nosso desejo de contato com o alto, com as correntes superiores de luz e de paz, é a força mais poderosa do universo. Não só alimenta-nos a fé, a “confiança nas coisas que se esperam e a certeza das que não se vêem (Hebreus 11:1)”, conforme asseverou Paulo, como nutre as matrizes mentais superiores, os pensamentos que nos conectam com a fonte, determinando conexão com o belo e o bem e auxiliando-nos na produção de criações e correntes mentais que nos sustentam a caminhada nos caminhos do equilíbrio e da paz.


Perdão, criações mentais superiores e saúde


Baseado em todo esse conhecimento, podemos concluir que Jesus nos legou elevado código científico de saúde e harmonia quando nos afirmou que ele, expressão do amor, é o caminho, a verdade e a vida, exortando-nos a perdoar incondicionalmente. A mágoa, como nódoa energética interior, símbolo de nossas fragilidades feridas em contato com o mundo, e a postura e o desejo de vingança, representam sintonia e conexão com criaturas e criações mentais deletérias, que nos fortalecem a desconexão com o Pai e nos afastam da paz de consciência tão desejada. Não perdoar, dizia Shakespeare, é “tomar veneno desejando que o outro morra”. O perdão, em contrapartida, sendo uma decisão pela paz, uma postura de humildade no reconhecimento de nossas necessidades íntimas, nossas fragilidades e desafios, nossas susceptibilidades e carências, beneficia primeiramente a nós mesmos, conectando-nos à fonte e às criações mentais sublimes que nos elevam e dão centramento na caminhada da vida.


Conclusão


Tendo em vista o poder do pensamento, em conexão com as emoções e o sentimento, dos quais não há como se dissociar, nos mostra que cada espírito é senhor de si mesmo, construtor de seu destino e de sua realidade física, energética e espiritual, escolhendo a cada instante ao que se liga ou desliga, conforme elege no que pensa e cultiva em sua intimidade. Renovar as matrizes mentais, tantas vezes já comprometidas com o reflexo de nosso passado espiritual, pelos caminhos do desamor, se apresenta como a necessidade urgente de todo filho de Deus que constata e deseja assumir a sua felicidade como responsabilidade pessoal e intransferível.

O amor, longe de ser apenas um símbolo religioso, se converte em uma verdade científica à luz da Ciência espírita, apresentando-se como o caminho mais fácil curto e o menos dispendioso para a paz e a felicidade, construção do reino de Deus em nós. Disse Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos que vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mateus 11 28-30). Pensar amorosamente, conectado à compaixão e à ternura divina, manifestações da misericórdia do senhor, é o caminho para a vitalização da alma e a conexão com o bem, construtores de saúde física e espiritual. Concluímos com Emmanuel, que com sua sabedoria afirma, pela psicografia de Chico Xavier, em Pensamento e vida: “O nosso pensamento cria a vida que procuramos, através do reflexo de nós mesmos, até que nos identifiquemos, um dia, no curso dos milênios, com a Sabedoria Infinita e com o Infinito Amor, que constituem o pensamento e a Vida de Nosso Pai.”


* Médico generalista integrante de uma equipe do PSF em BH/MG

Presidente da Associação Médico-Espírita de MG

ammsouza@hotmail.comwww.amemg.com.br


Fontes

1. A Bíblia Sagrada – tradução de João Ferreira de Almeida

2. O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

3. Obras Póstumas – Allan Kardec

4. Nos domínios da Mediunidade – André Luiz/Francisco Cândido Xavier. Ed. Feb

5. Ação e Reação - André Luiz/Francisco Cândido Xavier. Ed. Feb

6. Evolução em dois mundos - André Luiz/Francisco Cândido Xavier. Ed. Feb

7. Pão Nosso – Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier. Ed. Feb

8. Pensamento e Vida - Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier. Ed. Feb

9. Roteiro - Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier. Ed. Feb

10. Legião – Ângelo Inácio/Robson Pinheiro – Casa dos Espíritos editora

11. Revista Espírita, junho de 1868 – Allan Kardec

12. Revista Espírita, 1864 – Allan Kardec

13. A Alma da Matéria – Marlene Nobre, Ed Fe



endereço: internet

imagem: pensamentostextospoesias.blogspot.com




Amigos!!


Chegou o Natal, e Jesus continua a nos esperar. Comemorar o seu nascimento é exercitar o Amor que Ele nos ensinou. Somos seus instrumentos aqui na Terra para ajudar, segundo nossa capacidade, aos irmãos com maiores dificuldades. Deixemos que nosso coração, mesmo que fracamente, brilhe no Amor, pois o que falta na humanidade é este Amor Divino.

Se há muita festa, ainda há muitas lágrimas a enxugar.

Se não podemos realizar, em açoes, façamos uma prece sentida em prol dos que mais sofrem.

Meus amigos blogueiros ou leitores, estamos juntos no mesmo barco onde jesus é o nosso leme. Rememos o nosso barco com vigoroso amor e alegria rumo aos páramos celestes levando em nosso coração a certeza de que fizemos o nosso melhor. O resultado, pertence, sempre a Jesus.

Desejo, pois, um Natal maravilhoso e que o Novo Ano que surge no horizonte, façamos dele um roteiro e vivencia de luz!!!


Com muito amor, carinho e amizade,


Uman




sábado, 19 de dezembro de 2009

A EDUCAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO


Dora Incontri

Definições Possíveis

Existem três perspectivas sob as quais se pode falar em Educação Espírita. É certo que elas acabam se unificando num só conceito. Um aspecto deriva do outro e formam uma visão única.

Espiritismo como Educação. A essência do Espiritismo é a Educação. Ao contrário de outras correntes religiosas, que têm um caráter salvacionista, a Doutrina Espírita, com seu tríplice aspecto—científico, filosófico e religioso —pretende promover a evolução do homem e esta evolução é um processo pedagógico. A Educação do Espírito é o cerne da proposta espírita. Se o Espiritismo é uma síntese cultural abrangendo todas as áreas do conhecimento, seu ponto de unificação é justamente a Pedagogia. Não foi à toa que Kardec tenha sido educador e tenha recebido influência de Pestalozzi, um dos maiores educadores de todos os tempos. Melhor compreende o Espiritismo quem o compreende pedagogicamente.

Lendo Kardec com olhos pedagógicos, pode-se observar a sua insistência e a dos Espíritos em comparações com imagens emprestadas do universo educacional. O desenvolvimento do Espírito através das vidas sucessivas é visto como um curso escolar, com seus anos letivos. A Terra é tratada como uma escola, em que as almas se matriculam para o seu aperfeiçoamento. As imagens são recorrentes e não são meros recursos literários. Há de fato uma identificação. Corroborando essa leitura do Espiritismo, Herculano Pires, em Pedagogia Espírita, comenta que: "O Livro dos Espíritos é um manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra".

Ser espírita, pois, na acepção plena da palavra é engajar-se num processo de auto-educação, cujo fim mal podemos entrever. E estar em processo de auto-aperfeiçoamento, como já vimos, é o requisito básico do educador. Como o Espiritismo não é uma doutrina individualista, no sentido de descomprometer o ser humano de deveres para com o próximo—ao contrário, elege na caridade seu princípio máximo—quem está em processo de melhorar a si mesmo tem o dever moral de exercer uma tarefa pedagógica com todas as criaturas que o cercam. A caridade máxima, portanto, que o espírita deve procurar realizar como ideal de vida, não é o assistencialismo social, respeitável e necessário, mas limitado e superficial, é sim a caridade da Educação. Elevar, transformar, despertar consciências, contribuindo para a mudança interna dos homens—que redundará também numa evolução externa—esta deve ser a meta de todo espírita.

A Educação Segundo o Espiritismo. Se o Espiritismo é pedagógico, olhando a questão do lado avesso, a área específica da Pedagogia humana pode se iluminar com a perspectiva espírita. Neste sentido, a Educação espírita é a prática de uma Pedagogia à luz do Espiritismo. É exatamente o que estamos teorizando nesta obra. Muitas das idéias aqui expostas poderão ser partilhadas por adeptos de outras correntes filosóficas ou religiosas. Mas para aplicá-las inteiras, para aderir a uma formulação pedagógica completamente espírita, é preciso estar convencido dos postulados básicos da doutrina de Kardec. O educador espírita, porém, poderá e deverá exercer sua tarefa com quaisquer crianças e adultos. Se a verdadeira Educação se dá quando se desperta um processo evolutivo no educando, este processo poderá ser desencadeado em qualquer ser humano, tenha ele a cultura que tiver, seja ele partidário da religião que for. A influência benéfica de um educador, consciente de seu mandato, poderá se imprimir em qualquer educando.

Assim, educar espiritamente não é necessariamente educar para o Espiritismo. Kardec sempre enfatizou que os espíritas não deveriam fazer proselitismo e muito menos violentar consciências. No relacionamento com pessoas não espíritas, o educador espírita saberá exercer sua tarefa, sem impor suas convicções.

O Ensino Espírita. O terceiro aspecto da Educação espírita é mais específico, é o ensino propriamente da Doutrina Espírita. Mas se não houver, por parte daqueles que estão promovendo este ensino, uma compreensão clara e uma prática engajada da Pedagogia espírita, então o processo não passará de catequese, um ensino formal, destituído de compromissos mais profundos. Na linha conceitual que temos seguido aqui, é evidente que o ensino espírita não poderá ser mera transmissão de conteúdos, mas o despertar de uma consciência espiritual.

Cenários da Educação Espírita

A Existência. Entender o Espiritismo como Educação é ser espírita verdadeiramente. Por isso, quem é espírita de fato e pratica a caridade da Educação em todas as dimensões possíveis, faz isso existencialmente, no seu meio familiar, profissional, social, espiritual... É alguém engajado na própria evolução e na evolução coletiva. O destino espiritual do próximo não lhe será jamais indiferente. Não tomará, é claro, uma postura salvacionista, nem pretenderá mudar o mundo sozinho. Mas levará até o sacrifício o compromisso de exemplificar o bem, arrastando com isso outros seres ao contágio da virtude. Amará com intensidade seu próximo mais próximo, procurando estender sempre mais seu amor ao próximo longínquo, significando esse amor justamente o empenho em ajudar o outro a encontrar seu próprio caminho evolutivo.

Consolar, amparar, servir—todos esses verbos tão conjugados em mensagens e orientações espirituais—são as atitudes fundamentais de quem ensina com a sinceridade dos sentimentos e a força do exemplo. São a ponte de acesso ao coração do próximo, não como fator de proselitismo, mas como centelha para desencadear um processo de Educação. Quem presta um serviço, quem se dispõe a se doar—se o faz com o influxo de vibrações autenticamente fraternas —pode restaurar no outro a confiança existencial e a vontade de crescer. Nesta doação fraternal, pode estar incluído um prato de comida, um passe, um agasalho... Mas a caridade deve transcender tudo isto, porque deve tocar a alma do outro.

Há pessoas que entendem a prática da Doutrina apenas no exíguo espaço do Centro Espírita. Quando estão no mundo, na profissão, na família, numa festa, nas relações sociais, agem como se não fossem espíritas. Mas o compromisso educativo existencial do adepto do Espiritismo é justamente ser em qualquer lugar e a qualquer hora um elemento de influências positivas, um pólo de transformação do ambiente. Sem prepotência, sem austeridade excessiva, sem pretensão à verdade absoluta, sem autoritarismo, como quem passa e serve, o espírita deve fazer brilhar seu empenho em ser melhor, sua fidelidade aos princípios éticos fundamentais, sua sede intelectual. . . procurando partilhar sua chama interior.

Irradiar otimismo, disposição, energia e serenidade—todas aquelas virtudes que vimos como constitutivas do verdadeiro educador—deve ser uma conseqüência natural da sua compreensão de mundo. Quem sabe que a vida é eterna, que toda tragédia é passageira, que tudo caminha para a perfeição, que todos estão sob a proteção de uma Providência misericordiosa e justa, será necessariamente uma pessoa alegre e tranqüila, no controle de si mesma, podendo com isso servir de edificação e apoio aos irmãos do caminho.

A missão pedagógica do espírita, porém, não se dá apenas no plano moral. Em todos os setores de atividade, os espíritas devem também se esforçar pelo avanço intelectual de si mesmos e da comunidade a que pertencem. Promover a cultura elevada e proporcionar meios à instrução—isso faz parte integrante de seu programa de ação. É nesse sentido que se deve abrir aqui uma crítica ao movimento espírita brasileiro, que tem se preocupado muito mais com a caridade material do que com a caridade pedagógica. Dar pão e agasalho é bem mais fácil do que educar, mas educar é uma terapêutica global e uma solução social muito mais eficaz.

Entenda-se que esse empenho pela Educação intelectual não pode significar impregnar-se de materialismo, de sofismas niilistas e de especulações vazias, que são hoje o tônus da maioria das correntes dominantes. A convicção espírita firme e sincera não é, entretanto, empecilho para o diálogo, para a abertura mental e para a tolerância ideológica.

A Família Espírita. O mais forte impacto que o Espiritismo causa na relação entre os membros de uma mesma família é a desierarquização de funções. É verdade que os pais recebem a tarefa de educar os filhos e trata-se de tarefa de grande responsabilidade moral. Mas pais e filhos, marido e mulher, avós e netos são acima de tudo Espíritos irmãos, peregrinos da evolução humana, cada qual carregando sua herança passada e sua missão presente, essencialmente iguais, e dignos todos, moços e velhos, homens e mulheres, crianças e adultos, de respeito e amor. Nesta perspectiva, o autoritarismo patriarcal do passado perde qualquer fundamento. Espiritualmente, filhos podem até ser mais adiantados que pais. Mesmo nesse caso, não ficam os pais eximidos de sua função de educar.

Outra explicação inédita que o Espiritismo nos aponta para o entendimento das relações familiares é a lei da reencarnação. Como pai e filho, irmão e irmã, avô e neto, podem nascer adversários ferrenhos do passado. E nesse caso, a convivência cotidiana deve ser justamente a oportunidade de reconciliação e ajuste. Quando o pai ou a mãe percebe num filho uma aversão inata, uma antipatia inexplicável, podem estar certos de que a relação atual é preciosa ocasião para reajuste de ódios anteriores. Cabe então ao adulto, na posse do conhecimento espírita, procurar com mais afinco, dedicação e renúncia, conquistar o amor daquele ser a quem talvez prejudicou em eras passadas. Se aquele que tem a missão de educar permanecer com o coração endurecido e não fizer a sua parte para a reconciliação espiritual, terá fracassado duplamente, como pai ou mãe e como cristão, com o dever moral de perdoar e reconciliar-se com os adversários.

Assim, num clima não-hierárquico—onde todos se sintam acima de tudo irmãos uns dos outros—de cultivo permanente de amor e respeito mútuo, a família espírita é o cenário mais propício e mais imediato para a Educação espírita. Evidentemente, não se trata aqui de sermões esporádicos a respeito de postulados doutrinários. Mas quando o Espiritismo está enraizado na alma, entranhado no comportamento cotidiano, como explicação para os porquês da existência, como parâmetro ético, como proposta vital—então a convicção espírita se impregna naturalmente nas crianças, marcando-as para o resto da vida.

Então, nem sequer faz sentido a questão muito polemizada por certos adeptos: se os pais devem ou não ensinar Espiritismo às crianças. Se os pais de fato espíritas, ensinarão nos mínimos gestos, nas relações familiares, na vi profissional, e na própria prática pedagógica que adotarem com os filhos, o que é ser espírita. Mas se o Espiritismo representar apenas uma freqüência rotineira a um Centro, sem que haja um engajamento existencial, então obrigar a criança ir a cursos de evangelização, como se vai a um catecismo para fazer primeira comunhão (quando os pais não são católicos praticantes) é transformar a Doutrina num formalismo religioso, sem um sentido mais profundo. É evidente que tal atitude não criará convicções; ao invés, despertará resistências.

Além da função pedagógica, específica dos pais, não se pode deixar de mencionar que a família serve como cenário educativo para todos os seus membros, desde que haja engajamento no processo de melhoria Intima. É na família que podemos e devemos em primeiro lugar conquistar e exercitar virtudes fundamentais, como altruísmo, paciência, amor ao próximo e ao mesmo tempo o empenho de contribuirmos para o progresso do outro. Trata-se, pois, de um cenário permanente e fecundo para a Educação do Espírito.

A Escola e a Universidade Espírita. É numa instituição de ensino primário, secundário ou superior, que devemos também colocar em prática a Educação segundo o Espiritismo. É preciso criar espaços institucionais, onde as crianças, os adolescentes e os jovens possam receber uma Educação integral; serem amados e observados como Espíritos imortais e reencarnados; serem estimulados a se auto-educarem... Nem todos os alunos de uma escola ou de uma universidade espírita deverão ser necessariamente adeptos do Espiritismo. Aprender o conteúdo doutrinário pode ser uma opção de pais e alunos. Mas todos deverão se beneficiar de uma visão espírita da Educação. Muitas das idéias que constituem o universo da Pedagogia Espírita vêm de uma tradição que começa em Sócrates, passa por Comenius, Rousseau, Pestalozzi e têm seu modelo máximo em Jesus. Desta forma, crianças e jovens pertencentes a diferentes credos poderão usufruir de uma Educação espiritualista, sem que suas consciências sejam violentadas por imposições.

Salvo raras exceções, as escolas espíritas que fizeram história no Brasil e outras que ainda estão atuantes, adotaram o sistema educacional vigente e apenas acrescentaram uma aula de Espiritismo, opcional ou obrigatória. Quando muito, apóiam-se numa filosofia vagamente humanista. Este não é o modelo de uma escola verdadeiramente espírita. A Doutrina não pode se reduzir a um catecismo periódico, divorciado da prática existencial. Trata-se sim de oferecer escolas com uma proposta de Educação tão revolucionária, tão superior, tão mais democrática e eficaz que as ofertas vigentes, que mesmo não-espíritas disputarão suas vagas.

Manifesta-se aí o compromisso espírita de agir pedagogicamente, tanto no sentido moral quanto intelectual e mesmo estético. É preciso abolir o conceito ultrapassado de que a boa vontade supre todas as deficiências. Escolas espíritas—sem necessidade de ostentação—devem ser modernas, com arquitetura diferençada, em meio à natureza, bem equipadas e, sobretudo, com recursos humanos qualificados. E para formar recursos humanos compatíveis, precisamos de universidades espíritas. O círculo se fecha. É imprescindível criarmos um ciclo educativo completo, pelo qual possamos educar pessoas pelo menos humanistas, que se ponham na vanguarda espiritual da sociedade e espíritas mais conscientes, com uma cosmovisão doutrinária mais integrada e fundamentada. Ao mesmo tempo em que o Espiritismo pode contribuir para a melhoria da Educação, a Educação espírita deve contribuir para o progresso do próprio Espiritismo.

Certamente, não deixarão de perguntar pelos recursos financeiros necessários a tais empreendimentos. Os recursos existem. O movimento espírita não constrói centros, asilos, hospitais, orfanatos, federações? Por que não aplicar parte destes recursos para a construção de escolas e faculdades? O que falta é uma mudança de mentalidade: é preferível, embora mais trabalhoso, aplicar dinheiro em Educação do que em assistencialismo; aliás, o próprio assistencialismo deveria ser pedagógico.

Os Centros e Instituições Espíritas. A primeira instituição espírita do mundo foi a Sociedade de Estudos Psíquicos de Paris. Lá se pesquisavam os aspectos cientifico, filosófico e moral do Espiritismo. Os participantes debatiam questões existenciais, mensagens e fenômenos mediúnicos, temas do cotidiano e notícias de jornais, teorias cientificas ou filosóficas à luz da Doutrina. Intercâmbio entre os próprios encarnados—entre os membros da sociedade e outras sociedades semelhantes na França e no estrangeiro—e entre encarnados e desencarnados, alimentava o progresso do Espiritismo, sob a luminosa liderança de Kardec que, apesar de sua incontestável autoridade espiritual, jamais se arvorou em chefe do movimento. O aspecto acadêmico da Sociedade—no que a academia tem de positivo em pesquisa e diálogo entre os pares e não no seu espírito sistemático e arrogante—estava presente na Sociedade de Paris, que tinha um caráter de "estudos", portanto, um caráter pedagógico.

No Brasil, houve um processo, talvez historicamente necessário, de massificação do Espiritismo. Centros, Federações, instituições diversas atendem diariamente a milhares de pessoas em todo o país. Com isso, a Doutrina penetrou em todas as camadas da sociedade e multiplicou adeptos e simpatizantes. O Brasil se tornou o país mais espírita do mundo. Mas essa disseminação em massa teve seu preço. As casas espíritas praticam um assistencialismo social e espiritual em que o indivíduo atendido geralmente assume uma atitude muito passiva de assistir cursos, palestras, tomar passes. Às vezes, após anos e anos numa casa espírita, o freqüentador tradicional não passou de fato por um processo pedagógico de crescimento global, mas pratica o Espiritismo à moda tradicional de outras religiões: de forma rotineira, mística e destituída de significação existencial mais profunda.

Já que o movimento espírita brasileiro avançou tanto em termos numéricos, chegou a hora de darmos um salto qualitativo em suas práticas: e esse salto deve ser justamente o de caracterizar toda a atividade espírita como atividade pedagógica, segundo a própria essência da Doutrina. Pode-se objetar que as atividades desenvolvidas pelos Centros e Federações são predominantemente educacionais. Cursos, palestras, estudos doutrinários, o grande movimento da evangelização infantil, as Mocidades Espíritas, a própria assistência social— sempre acompanhada do ensino do Espiritismo—e a assistência espiritual— com a doutrinação dos Espíritos—tudo isto é Educação espírita. É verdade que o movimento espírita tem esse caráter instrutivo, mas não necessariamente pedagógico. Geralmente, é um ensino exercido de forma autoritária e conservadora, arraigado nos modelos tradicionais do sistema educacional vigente e nas heranças trazidas das igrejas. Crianças, adolescentes, jovens, adultos, que chegam à casa espírita, não se tornam educandos para assumir sua própria auto-educação, num processo participativo, dinâmico e enriquecedor.

São tratados como ouvintes passivos.

A metodologia adotada para o ensino do Espiritismo, em qualquer nível costuma ser maçante e autoritária, sem recursos didáticos, sem consciência de expositores e líderes do sentido real de um processo pedagógico.

Pode-se argumentar que um dos problemas com que se depara a casa espírita é a freqüência de pessoas traumatizadas por perdas dolorosas ou portadoras de complexos problemas obsessivos. Isso faz com que tais recém-chegados sejam muitas vezes tratados de forma paternalista. Costuma-se mesmo dizer que, para estes, o Espiritismo teria um caráter apenas consolador. E quem precisa ser consolado não está interessado em renovação. E quem está obsedado não pode ter a liberdade da palavra, nem mesmo para indagar—é o que se pensa.

É evidente que o controle de qualquer atividade espírita deve ser assistido por pessoas equilibradas, moralmente idôneas, conhecedoras e praticando Espiritismo em todos os seus aspectos. Isto não é motivo para que os outros participantes do processo sejam tratados com uma falsa superioridade. O educador verdadeiro é aquele que sabe converter traumas em motivos de edificação e crescimento e fazer da participação ativa dos educandos uma terapia para seu reequilíbrio. O primeiro passo para que se dê de fato um desencadear das potencialidades dos que freqüentam a casa espírita é que sejam acolhidos como seres pensantes e dignos de serem ouvidos. Que se tornem indivíduos conhecidos, respeitados e participantes, e não meros assistidores de palestras.

Seminários, debates, reuniões de estudos em que todos possam colocar seus questionamentos e dúvidas, a própria disposição das cadeiras em círculos e não em platéias com um púlpito longínquo—tudo isso deve fazer parte do panorama pedagógico do Centro Espírita, quebrando o monólogo autoritário dos oradores. E evidente que, para isso, o Centro não precisa nem deve se converter numa arena de disputas de opinião e de brigas pessoais. É preciso criar o hábito de debater idéias com argumentos e não com ofensas e enfrentar a divergência de opinião com naturalidade, preservando sempre os postulados básicos do Espiritismo. Com líderes conscientes, equilibrados e com sólidas convicções doutrinárias, é possível se ventilar o clima com a liberdade de expressão, mantendo-se o padrão vibratório elevado e a compreensão fraterna entre todos. Aliás, isto também deve fazer parte do aprendizado. É muito fácil se obter uma harmonia aparente, sob o tacão da disciplina autoritária. O desafio é obter a união, pela adesão voluntária de todos os participantes a uma proposta de progresso e fraternidade.

Educação mediúnica

A Educação mediúnica é um dos aspectos característicos da Educação espírita, ligada ao desabrochar das capacidades extra-sensoriais que todo ser humano deverá desenvolver em sua jornada evolutiva. Como já foi analisado (ver Cap. II), há o mediunato—compromisso específico de atuação mediúnica numa dada existência—mas além desta tarefa, todos os seres humanos têm uma mediunidade geral, mais ou menos cultivada.

No caso de o indivíduo possuir algum dom mediúnico específico, a Educação mediúnica tem por meta possibilitar seu desenvolvimento e uso equilibrado, sadio e positivo. No caso de mediunidade difusa, não-específica, a meta é a de aguçar a sensibilidade extra-sensorial, a intuição, a percepção psíquica—coisas presentes em todos os seres humanos.

Tanto num como noutro caso, são facetas da proposta espírita: o controle racional das faculdades mediúnicas, fruto do estudo acurado dos fenômenos e da auto-análise que todo espírita comprometido com sua auto-educação deve permanentemente promover; o uso da mediunidade para fins úteis, nobres e cristãos; o cuidado para não converter nenhum dom mediúnico em fonte de riqueza material, de projeção pessoal ou de manipulação psíquica, ou seja, mediunidade com absoluto desinteresse e devotamento.

A Educação mediúnica não é meramente um apossar-se de técnicas, mas deve ser um fator de evolução global para o Espírito; uma possibilidade real de aperfeiçoamento moral e de prática do Bem. Os parâmetros éticos da mediunidade se sobrepõem aos aspectos técnicos, inclusive como garantia de controle do fenômeno e de atração de bons Espíritos—ao contrário de certas correntes espiritualistas que acentuam a frieza da técnica em detrimento do amor que deve orientar a utilização dos dons psíquicos.

Se, conforme Herculano Pires, O Livro dos Espíritos é um manual de Educação Integral, O Livro dos Médiuns é um manual de Educação mediúnica, que pela primeira vez na história humana colocou balizas éticas e racionais para a prática da mediunidade.


endereço: http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo21.html
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A FÍSICA QUÂNTICA EM BUSCA DA PARTÍCULA DIVINA


Luís de Almeida

(Este artigo de Luís de Almeida foi originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo de Janeiro de 2002)

"Confesso que, após cuidadosa e atenta leitura deste trabalho, conclui que foi um dos melhores artigos que já tive o prazer de ler. Ele se me afigura o mais erudito e informativo trabalho acerca da relação entre a Física e o Espiritismo, até agora escrito em idioma português. Se traduzido para o inglês será, sem dúvida, apreciadíssimo, inclusive pelos físicos mais modernos que, atualmente, divulgam obras acerca do relacionamento entre a Consciência e o Universo, vislumbrado sob a óptica das Físicas Quântica e Relativística. Menciono, como exemplos, os livros de Michio Kaku (Hiperespaço, ed. Rocco, Rio de Janeiro, RJ) e de Amit Goswami (O Universo Autoconsciente, edit. Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro)."
Dr. Hernani Guimarães Andrade

A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita, com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos - uma obra actual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como "a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas") do Espírito e da Matéria propriamente dita.

A Física Moderna leva-nos ao encontro do Espírito e de Deus

A física quântica pode constituir uma ponte entre a ciência e o mundo espiritual, pois segundo ela, pode-se "reduzir" a matéria, de forma subjectiva e no domínio do abstracto, até à consciência - causa da "intelectualidade" da matéria. A consciência transforma as possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades quânticas em factos reais. Essa consciência deve apresentar uma unidade e transcender o tempo, espaço e matéria. Não é algo material, na realidade, é a base de todos os seres.

Recordemos o professor de Lyon In O Livro dos Espíritos (9):

23. Que é o Espírito?
- "O princípio inteligente do Universo".

a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
- "Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa."

Tanto é assim, que os físicos teóricos postulam a existência de uma "partícula", que seria a partícula "fundamental", que ainda não foi encontrada, mas a qual o Prémio Nobel da física, Leon Lederman, denomina a "partícula divina". Partícula essa decisiva pois é ela que determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela gravidade dos 90% do universo ainda desconhecido.

Leiamos Kardec In O Livro dos Espíritos (9):

25. O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?
- "São distintos uma do outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria."

26. Poder-se-á conceber o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito?
- "Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento."

Cabe lembrar que os físicos, a partir das pesquisas do norte-americno Murray Gel Mann nos aceleradores de partícula, já admitem a existência de um domínio externo ao mundo cósmico dito material onde provavelmente existam agentes activos também chamados frameworkers, capazes de actuar sobre a energia do Universo, modulando-a e dando-lhe formas de partícula atómica, ou seja por outras palavras - o espírito, chamado também "Agente Estruturador"por vários físicos teóricos.

Retomemos novamente o mestre lionês In O Livro dos Espíritos (9):

76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
- "Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material."

536. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes fenómenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?
- '"Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus."

b) - Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem acção sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?
- "Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce acção directa sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos."

A Teoria das Supercordas e a Dimensão Psi

Outra teoria quântica, que vem de encontro a existência de uma "partícula divina consciêncial" no final da escala das partículas subatómicas, é a teoria das supercordas. Essa teoria foi melhorada e é defendida por um dos físicos teóricos mais respeitados da actualidade Edward Witten, professor do Institute for Advanced Study em Princeton, EUA. De maneira bastante simples e resumida, a teoria das supercordas postula que os quarks, mais ínfima partícula subatómica conhecida até o momento, estariam ligados entre si por "supercordas" que, de acordo com sua vibração, dariam a "tonalidade" específica ao núcleo atómico a que pertencem, dando assim as qualidades físico-químicas da partícula em questão.

Querer imaginá-las é como tentar conceber um ponto matemático: é impossível, por enquanto. Além disso, são inimaginavelmente pequenas. Para termos uma ideia: o planeta Terra é dez a vinte ordens grandeza mais pequeno do que o universo, e o núcleo atómico é dez a vinte ordens de grandeza mais pequeno do que a Terra. Pois bem, uma supercorda é dez a vinte ordens mais pequena do que o núcleo atómico.

O professor Rivail, esclarece In O Livro dos Espíritos (9):

30. A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?
- "De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva."

Ou seja, é a vibração dessas infinitesimais "cordinhas" que seria responsável pelas características do átomo a que pertencem. Conforme vibrem essas "cordinhas" dariam origem a um átomo de hidrogénio, hélio e assim por diante, que por sua vez, agregados em moléculas, dão origem a compostos específicos e cada vez mais complexos, levando-nos a pelo menos 11 dimensões.

Corrobora Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9):

79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?
- "Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material.."

64. Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio vital será um terceiro?
- "É, sem dúvida, um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas que também tem sua origem na matéria universal modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigénio e o hidrogénio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois que tudo isso deriva de um só princípio."

Essa teoria traz a ilação de que tal tonalidade vibratória fundamenta é dada por algo ou alguém, de onde abstraímos a ?consciência? como factor propulsor dessas cordas quânticas. Assim sendo, isso ainda mais nos faz pensar numa unidade consciencial vibrando a partir de cada objecto, de cada ser.

Complementa Kardec In O Livro dos Espíritos (9):

615. É eterna a lei de Deus?
- "Eterna e imutável como o próprio Deus."

621. Onde está escrita a lei de Deus?
- "Na consciência."

Seguindo esta teoria e embarcando na ideia lançada por André Luiz In Evolução em Dois Mundos (11), onde somos co-criadores dessa consciência universal, e cada vez mais responsáveis por gerir o estado vibracional das nossas próprias "cordinhas" - a chamada dimensão Psi por vários investigadores espiritas -, à medida que delas nos conscientizemos, chegaremos a harmonia perfeita quando realmente entrarmos em sintonia com a consciência geradora que está em nós, e também no todo, vulgarmente conhecida por Deus, ou como alguns físicos teóricos sustentam "O Supremo Agente Estruturador".

Leiamos o Codificador In O Livro dos Espíritos (9):

5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
- "A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio - não há efeito sem causa."

7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
- "Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária."

Interpretemos Allan Kardec In A Génese (10) Cap. II - A Providência:

20. - A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a acção providencial.
«Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir-se em pormenores ínfimos, preocupar-se com os menores actos e os menores pensamentos de cada indivíduo?» Esta a interrogação que a si mesmo dirige o incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode admitir, quanto à sua acção, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas actividades, sem que haja mister a intervenção incessante da Providência.

Esta consciência única do raciocínio quântico, transforma-se em dois elementos: um objectivo e outro subjectivo. O subjectivo chamamos de ser quântico, universal, indivisível. A individualização desse ser é consequência de um condicionamento. Esse ser quântico é a maneira como pensamos em Deus, que é o ser criador dentro de nós.

Voltemos ao génio de Lyon In A Génese (10) Cap. II - A Providência:

34. - Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber. Pelo facto de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz.

Geralmente, nós interpretamos Deus como algo unicamente externo. Pensamos em Deus como um ser separado de nós. Isso é a causa dos conflitos. Se Deus também está dentro de nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se acreditamos que Deus está exclusivamente do lado de fora, então supomos que só Ele pode nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Não podemos excluir a nossa vontade, dizendo que tudo ocorre pela vontade de Deus. Temos de reconhecer o deus que há em nós, como afirmou o Doce Amigo há 2000 anos. Então seremos livres.

Allan Kardec atesta In A Génese (10) Cap. II - A Providência:

24. - (...) Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas acções lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.

Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele.

O Livro dos Espíritos: uma obra actual e de referência

A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita, com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos (9) - uma obra actual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como "a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas") do Espírito e da Matéria propriamente dita.

Concluímos com Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9) resumindo toda esta teoria da Física Moderna de forma magistral, simplesmente espantoso, acreditem...:

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
- "Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer acção sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e susceptível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a acção do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."

Luís de Almeida é Dirigente do Centro Espírita Caridade por Amor, da cidade do Porto, com pagina na Internet http://www.terravista.pt/PortoSanto/1391
Email: electronico ceca@sapo.pt

Bibliografia:

(1) Dyson, Freeman em INFINITO EM TODAS AS DIRECÇÕES - Edições Gradiva - 1990 - Portugal.
(2) Greene, Brian em O UNIVERSO ELEGANTE - Edições Gradiva - 2000 - Portugal.
(3) Hawking, Stephen em BREVE HISTÓRIA DO TEMPO (Edição actualizada e aumentada, comemorativa do 1º Aniversário) - Edições Gradiva - 2000 - Portugal.
(4) Hawking, Stephen em O FIM DA FÍSICA - Edições Gradiva - 1994 - Portugal.
(5) Homepage, CERN - ORGANISATION EUROPEENNE POUR LA RECHERCHE NUCLEAIRE -http://www.cern.ch/
(6) Homepage, ESA - EUROPEAN SPACE AGENCY - http://www.esa.int/
(7) Homepage, FERMILAB - FERMI NATIONAL ACCELERATOR LABORATORY - http://www.fnal.gov/
(8) Homepage, NASA - NATIONAL AERONAUTICS & SPACE ADMINISTRATION -http://www.nasa.gov/
(9) Kardec, Allan em O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Edições FEB 76ª edição
(10) Kardec, Allan em A GÉNESE - Edições FEB 36ª edição.
(11) Luiz, André em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - Edições FEB 12ª edição
(12) Reeves, Hubert em O PRIMEIRO SEGUNDO - Edições Gradiva - 1996 - Portugal.
(13) Sagan, Carl em UM MUNDO INFESTADO DE DEMÓNIOS - Edições Gradiva - 1997 - Portugal.

(Publicado no Boletim GEAE Número 430 de 19 de fevereiro de 2002)


ENDEREÇO: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/a-fisica-quantica.html

IMAGEM: acaoja.wordpress.com


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