sexta-feira, 20 de maio de 2011

A IMPRENSA ESPIRITA NUMA CONCISA CONSIDERAÇÃO


(25/10/06)

Iniciaram-se as civilizações com a imprescindível necessidade da comunicação, recorrendo ao mecanismo da palavra falada. O grande salto da comunicação humana, consubstanciou-se na imprensa (palavra escrita), cujo mestre foi Johannes Gutenberg, considerado ‘O Pai da arte tipográfica mecânica’. Quatro séculos após a descoberta desse notável personagem alemão, Allan Kardec advertia contra o proselitismo enfadonho, recomendando, porém, a divulgação dos princípios doutrinários com base no bom senso.

Destarte, a imprensa espírita atual merece o apoio e o incentivo dos espíritas.

Não há como desconhecermos a importância da divulgação espírita para a manutenção da chama viva da Terceira Revelação. Atualmente, tornar-se-ia impossível enumerar e/ou nomear todos os veículos de difusão espírita existentes no mundo. No Brasil, considerado o maior país espírita do mundo - em extensão e abrangência, e em número de adeptos - há um sem número de publicações escritas, bem como centenas de emissoras de rádio e televisão, veiculando informações espíritas, além da existência de milhares de sites da Web, de teor espírita, sendo injetados na Rede. Percebe-se que, quanto mais se expande o ciberespaço, mais se amplia o universo espírita.

A Imprensa Espírita constitui um dos exponenciais instrumentos de disseminação dos preceitos espíritas na Terra, encerrando todas as possibilidades e todos os meios de comunicação atuais e os que vierem a ser criados ou aperfeiçoados.

"A imprensa espírita cristã representa um veículo de disseminação da verdade e do bem." (1) Vivemos momentos em que a informação espírita é vital para a sociedade. "O conhecimento espírita, na essência, é tão importante no reino da alma, quanto à alfabetização nos domínios da vida comum”. (2) O jornalismo espírita é um notável canal de divulgação, capaz de conduzir o leitor às informações fundamentais da nossa realidade doutrinária, balizando-o, vigorosamente, em efetivos projetos de espiritualização.

Destarte, é mister que esse jornalismo espírita esteja compromissado com a ética, com a verdade conceitual da nossa doutrina e com a melhor qualidade dos temas publicados.

Melhoria, essa, que não deve ser considerada apenas a “beleza externa”, com impressão gráfica policrômica, mas, sobretudo, o conteúdo (mensagens). Urge arrostar desafios e ter capacidade de informar sobre os fatos e os preceitos kardecianos, de forma a colaborar com o leitor em sua consciência crítica. Isto é logrado através da melhor compreensão dos objetivos do jornal e do modo como o jornal deve ser produzido.

Os Editores precisam “sistematicamente despersonalizar, ao máximo, os conceitos e as colaborações, convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores”(3) sem perder de vista a seleção dos escritos que precisam ter “clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que devam ser entregues ao público”. (4) Porém, lamentavelmente, existem órgãos de imprensa espírita que mais não fazem senão aguçar a vaidade dos dirigentes das instituições, publicando periodicamente suas fotos e nomes, numa demonstração de total ausência de humildade.

A propaganda doutrinária para fazer prosélitos não é a necessidade imediata da Doutrina, até porque “a direção do Espiritismo, na sua feição de Evangelho redivivo, pertence ao Cristo e seus prepostos, antes de qualquer esforço humano, precário e perecível”. (5) Desta forma, toda cautela ainda é pouco para que a veiculação dos preceitos doutrinários não venha a se converter em ingente esforço de propagação ideológica, a fim de converter a todos, sob o guante da insensatez dos espiritismos particulares!

Quanto mais cresça em moralidade a imprensa espírita, mais distantes estarão e menos sucesso terão os arautos das interpretações polemizantes, sem outro propósito que não o de indispor, de desarmonizar e desunir. Eis o motivo - segundo cremos - pelo qual, existe tanto vedetismo nessa área, tanta vaidade, tantos interesses pessoais se sobrepondo ao coletivo.

Lamentamos os periódicos que preenchem suas páginas com mensagens repetitivas e com artigos que pouco acrescentam. Não são muitos os órgãos difusores do Espiritismo que se propõem a apontar problemas doutrinários e indicar soluções. A grande maioria prefere vender a imagem de um mundo de ilusões e de maravilhas que só o Espiritismo pode oferecer, induzindo seus leitores ao entorpecimento da razão. Poucos são os articulistas e oradores que têm o ânimo e a coerência de se colocarem em defesa do restabelecimento da verdade e do espírito crítico no meio espírita. Isto salta à vista, já que quanto mais esclarecimento, menos idolatria, e como o espírito do mundo é muito forte, é preferível “agradar” a todos, a “desagradar” a grande platéia de espíritas idólatras, mantendo-se, apenas, na condição de contemporizador.

A Doutrina Espírita precisa de seu jornalismo. Não foi sem lógica que, em 1858, Allan Kardec recebeu anuência dos Benfeitores para iniciar a edição da Revista Espírita; não é sem razão que a imprensa espírita cresce e se desenvolve, pois, na mesma proporção em que uns periódicos se extinguem, outros surgem. Na Revista Espírita de maio de 1863, Kardec conta que, certa vez, tinha recebido três mil mensagens de várias partes da Europa, aguardando uma possível publicação; selecionou cem que continham temas de moralidade inatacável. Fez nova triagem e, das cem, chegou a trinta, realmente de ótimo valor estético e moral. Porém, das trinta mensagens, só cinco apresentavam real valor para obterem espaço na Revista Espírita.

É bom refletirmos sobre isso!

Consideração e homenagem à virtude, ao talento, à coragem, às boas ações dos verdadeiros jornalistas espíritas e seus periódicos imunes ao endosso às práticas antidoutrinárias ; que sigam avante na tarefa de amor às letras do Consolador, que fazem vibrar corações e jubilam os espíritas que a elas se consagram.

Jorge Hessen

E-Mail: jorgehessen @gmail.com

Site: http://meuwebsite.com.br/jorgehessen


Fontes de Referência:

(1) Xavier, F.C. Conduta Espírita, RJ: Editora FEB, 1989 , cap. 14, ditada pelo Espírito André Luiz

(2) Xavier .F.C.Sol Nas Almas, MG: Editora CEC, 1989

(3) Xavier, F.C. Conduta Espírita, RJ: Editora FEB 1989 , cap. 14, ditada pelo Espírito André Luiz

(4) Idem Ibidem

(5) Xavier, F.C. Conduta Espírita, RJ: Editora FEB, 1979, cap.IV pergunta 218, ditada pelo Espírito Emmanuel



texto - http://apologiaespirita.org/apologia

imagem - ensinoespirita.blogspot.com

2 comentários:

Catia Bosso disse...

Ei amigo! Eu não consigo imaginar minha vida sem a espiritualidade... se bem que já fui mais fervorosa em minha fé.. devido a uns descontentamentos na vida, tive minha fé abalada, mas estou na luta para me recompor! Frequento um local em sampa, se quiser, te falo... qual! bj e belo post!

Catita

Jorge Nectan disse...

Catia

quando sentimos a nossa espiritualidade, não há mais retorno. As provações que passamos é um teste para saber como lidamos com a espiritualidade.

Se você quiser falar, agradeço.
Um beijo!!!

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