Introdução
Atualmente no Brasil e no mundo, há uma grande variedade de Igrejas derivadas do Cristianismo. Nesse artigo procuro mostrar como os principais grupos se desenvolveram e porque seguem essa ou aquela doutrina. Possuindo esse conhecimento fica mais fácil de entendermos o significado da conjuntura atual, e como nos posicionarmos perante a diversidade de crenças. É interessante, dessa forma, iniciarmos o nosso estudo buscando a fonte inicial, ou seja, os ensinamentos de Jesus, que apesar de nada ter escrito, chegaram até nós os fragmentos das anotações de alguns de seus primeiros seguidores contidos nos Evangelhos.
A Doutrina de Jesus
Todo o conteúdo do Novo Testamento, ou Evangelho, pode ser resumido em uma palavra: Jesus. Jesus é o ser humano histórico que viveu na Palestina no tempo do imperador Tibério e que morreu crucificado sob Pontius Pilatus; como “Salvador” expressa a transcendência divina dessa pessoa que segundo a tradição, foi ressuscitada por Deus, e elevada por seus seguidores à dignidade de Senhor do mundo e da história. Embora o Novo Testamento tenha suas raízes na vida e morte de Jesus, ele foi em grande parte criado pelas primitivas comunidades cristãs, que nele colocaram suas próprias concepções e a idealização de seus interesses, projetando-os no passado, na vida de seu protagonista.
A moral cristã está centrada em um núcleo de amor, ao redor do qual gravitam virtudes essenciais que, se conseguidas, levam inevitavelmente à fraternidade e à paz de espírito: ser humilde, perdoar as ofensas, e ser caridosos. Toda a moral de Jesus, assim, se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. E não se limita a recomendar caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.
Àqueles que o ouviam, Jesus trouxe a mensagem de que o Reino de Deus estava próximo e de que Ele próprio era o seu arauto. Ensinou que este mundo de pecado e aflições em breve chegaria ao fim e que os filhos de Deus entrariam num novo reino de justiça e paz, onde estariam na própria presença de Deus. A morte e a ressurreição de Jesus pareceram a seus seguidores simbolizar a salvação dos homens e a transição para a nova era de bem-aventurança.
O Catolicismo
A mensagem cristã surgiu entre os judeus, considerados bárbaros pela civilização romana. E, apesar de choques e hostilidades, conseguiu firmar-se no Império. No século III d.C. o Império Romano encontrava-se à beira da derrocada; suas fronteiras estavam ameaçadas e os imperadores, sucedendo-se ininterruptamente, eram impotentes para garantir a segurança das províncias. A aristocracia, ameaçada, começou a constituir Estados independentes. A população sofria privações de todo tipo e praticava atos de banditismo.
Assim é que, no ano 313, Constantino concede a liberdade religiosa aos cidadãos do Império através do Edito de Milão. Segundo os relatos de Lactâncio e Eusébio, esta atitude foi em conseqüência de uma visão. Já outros afirmam que o ato de Constantino foi realizado por motivos predominantemente políticos. Em todo caso teve um significado transcendental, pois, posteriormente, o cristianismo tornar-se-ia a religião oficial do império no reinado do Imperador Teodósio.
A organização institucional da Igreja foi o resultado de uma evolução gradativa. Os bispos eram considerados descendentes diretos dos Apóstolos. Várias vezes, durante os conflitos disciplinares e doutrinários do fim do século II e no século III, os bispos de Roma reivindicaram uma autoridade de arbítrio e quase toda a cristandade ocidental se dispunha a aceitá-la. Continuamente a igreja de cristã de Roma (Igreja Católica Apostólica Romana), foi se fortalecendo e dominando o poder religioso até o século XVI de uma forma absoluta no mundo ocidental.
Duas secessões, ao longo desses vinte séculos, marcaram o desligamento de ramos importantes, que vieram dividir a cristandade primitiva e constituir formas de civilização até por vezes antagônicas, mas sem ferir a unidade original do tronco. A primeira dessas secessões foi a bizantina, provocada pela separação entre Roma e Constantinopla, devido a discussões irredutíveis em torno de problemas teológicos. Formou-se, assim, a Igreja Ortodoxa. A segunda secessão foi a Reforma protestante, no século XVI, que arrastou consigo a separação da Alemanha, da Inglaterra e mais tarde dos Estados Unidos, na base da exaltação do livre exame individual das Escrituras sagradas contra a autoridade e a tradição, invariavelmente afirmadas pela Igreja Romana, como cimento da unidade cristã.
Os Dogmas
Dogma é o termo da religião cristã – especialmente do catolicismo – que designa a afirmação de caráter doutrinário definida e transmitida pela igreja como revelação de Deus. O dogma, portanto, representa uma verdade fundamental e imutável, dada aos cristãos para crerem, como norma imposta por decreto. É vedado crer de outro modo. Num sentido mais genérico, dogma é um ponto fundamental e indiscutível de qualquer doutrina ou sistema.
As Igrejas chamadas protestantes e a Anglicana negam igualmente a infalibilidade tanto do Papa como de todos os concílios, de modo que a formulação dogmática é, teoricamente, um fenômeno vivo, porque está sempre submetida ao juízo de Cristo.
1 – A divindade de Jesus e a Santíssima Trindade
A divindade de Jesus foi proclamada pelo concílio de Nicéia , em 325, nestes termos:
“A Igreja de Deus, católica e apostólica, anatematiza os que dizem que houve um
tempo em que o Filho não existia, ou que não existia antes de haver sido gerado.”
A conceituação mais recente da Trindade estabelece não que Deus seja uma pessoa, mas uma natureza em três pessoas, das quais uma delas (Jesus) é uma pessoa divina em duas naturezas - humana e divina. Dessa forma Deus seria “algo” que se manifesta à humanidade sob três “formas” diferentes.
2 - O Pecado Original
Apresentado em seu aspecto dogmático, o pecado original, que aplica-se à toda a posteridade de Adão, isto é, a Humanidade inteira, pela desobediência do primeiro par, para depois salvá-la por meio de um a imolação de Jesus, apresentado como cordeiro de Deus.
O pecado original é o dogma fundamental em que repousa todo o edifício dos dogmas cristãos - idéia verdadeira, no fundo, mas falsa em sua forma e desnaturada pela Igreja -, verdadeira, no sentido de que o homem sofre com a intuição que conserva das faltas cometidas em suas vidas anteriores, e pelas conseqüências que acarretam para ele.
3 – As Penas Eternas
A Igreja estabeleceu então que somente aqueles que seguissem a sua orientação ( “Fora da Igreja não há salvação”) podiam alcançar a vida futura no paraíso. Os demais, em função do pecado original estariam condenados as penalidades eternas em um terrível inferno. Em plena contradição com a infinita bondade de Deus, que manda perdoar até mesmos os inimigos.
4 – A Ressurreição da Carne
Dogma segundo o qual os átomos do nosso corpo carnal, disseminados, dispersos por mil novos corpos, devem reunir-se um dia, reconstituir nosso invólucro e figurar no juízo final. Em desacordo com a ciência e o bom senso.
5 – A Infalibilidade Papal
Em 1870, através do Concílio Vaticano I, foi proclamada a infalibilidade do papa, ou seja, qualquer semente de dúvida a respeito de doutrina cristã o papa daria a última palavra, como se o papa fosse infalível, o detentor de toda a verdade, o Senhor da Verdade absoluta.
Os Sacramentos
a) Batismo, o rito de iniciação do cristianismo, pelo qual a parte que o indivíduo tinha no pecado original de Adão era lavada, tornando-o passível de salvação. Esse rito era normalmente administrado à criança recém-nascida, enquanto seus fiadores, chamados padrinhos, prometiam em seu nome que ela seria criada na religião cristã.
b) A Confirmação era administrada à entrada na adolescência. Não era encarada como essencial à salvação, mas considerada como dando ao indivíduo maior força moral para encarar as vicissitudes morais da vida adulta.
c) A Penitência era o rito (habitualmente abrangendo confissão a um padre) pelo qual o crente obtinha perdão dos sérios pecados que ele próprio cometera desde que o batismo removera o pecado que herdara pelo nascimento.
d) A Eucaristia, ou Sagrada Comunhão, formava a parte central do maior ritual público da Igreja, que era a celebração da Missa. Nesse sacramento, o pão e o vinho consagrados transformavam-se miraculosamente no corpo e no sangue de Jesus Cristo. Esse milagre chamava-se transubstanciação e a ação do padre ao realizá-lo era encarada como uma reprodução da Última Ceia de Jesus e seus discípulos. Após a transubstanciação, o padre consumia uma parte de seus elementos e distribuía parte aos adoradores que quisessem participar da ceia. Não se exigia que o crente cristão participasse dessa comunhão como pré-requisito necessário à sua salvação, mas esse sacramento era considerado como dando-lhe forças à alma para salvar-se. Ele devia assistir à Missa freqüentemente.
e) A Extrema Unção era o rito realizado para os que se achavam à beira da morte, a fim de preparar sua alma para o outro mundo. No curso normal dos acontecimentos, todos os cristãos passariam por esses cinco ritos, pelo menos uma vez na vida.
As Reformas Protestantes
No séc. XV no apogeu de domínio político-religioso, a “Igreja Católica” tornara-se um governo civil como os outros, com secretarias, um corpo de funcionários, diplomatas e técnicos de muitos ofícios. É uma época caracterizada pela mistura de um misticismo doentio com os maiores desregramentos morais. Há um comércio desenfreado de ossos de santos. Há pedaços de pão que sobraram da Ceia final de Jesus com seus apóstolos, etc.
A Igreja Católica define e implanta as indulgências. Que são a “remissão de Deus a uma punição temporal que ainda se deve, depois que a culpa foi perdoada”. Ou seja, o culpado pleiteia o perdão e o consegue, mas não se livra da punição ou, como diríamos em linguagem espírita, da reparação. Na prática o uso da indulgência degenerou completamente, pois virou fonte de renda e fator de corrupção incontrolável
A Reforma protestante do séc. XVI originou-se no desejo de recuperar a vida e a vitalidade da Igreja e do Novo Testamento, deformada, segundo os reformadores, pelo poder temporal do papado, a imoralidade do clero e por desvios doutrinários. Ao tempo de Martinho Lutero, monge agostiniano de origem humilde, o comércio das indulgências era amplo, aberto, feito às claras e sem nenhum escrúpulo tornando-se uma indigna mercantilização.
Lutero não tinha a intenção de fundar uma nova Igreja. Ele acreditava que, ao retornar ao Evangelho, a Igreja (Católica) se reformaria por si própria. Mas as divergências e interpretação das Escrituras e os movimentos extremistas conduzem-no a algumas posições doutrinárias e a um mínimo de organização, iniciando a partir daí um movimento independente que ficou conhecido como “protestante”.
Principais reivindicações de Lutero
a) Rejeita tudo aquilo que, na tradição da Igreja, contraria o primado das Escrituras e da fé;
b) Rejeita aquilo que aparece como um meio, como uma pretensão do homem no sentido de merecer sua salvação: o culto dos santos, as indulgências, os votos religiosos, os sacramentos não atestados no Novo Testamento.
c) Tudo o que não é explicitamente afirmado nas Escrituras não possui valor. A Bíblia era a única autoridade em matéria de religião;
d) Admite o sacerdócio universal dos fiéis, em contrapartida ao sacerdócio organizado da Igreja Católica;
e) A Igreja, comunidade dos crentes, realidade invisível, não deve ser organizada de uma maneira exterior nem tampouco possuir bens;
f) Consciente de ser radicalmente pecador, o homem descobre nas Escrituras que a salvação chega a ele de Deus, em função unicamente da fé. Deus faz tudo, o homem não faz nada. As boas obras não fazem o homem bom, mas o homem justificado por Deus faz boas obras.
Essa doutrina esposada por Lutero feria o próprio coração do sistema sacerdotal da Igreja. Se, de fato, a fé sozinha fosse suficiente para a salvação, então os homens não necessitavam do ministério dos padres nem de tomar parte nos sacramentos.
Com o apoio de muitos líderes políticos e humanistas alemães, Lutero passou a atacar ainda outros princípios e práticas da Igreja. Lutero organizou seus seguidores numa nova Igreja, para tomar o lugar da antiga. Nessa organização, introduziu ele certo número de inovações em matéria de práticas - principalmente, permitiu que o clero se casasse. Quanto à eucaristia, contudo, entenderam os reformistas que fora realmente instituída, porém, sob duas espécies, isto é, pão e vinho. Nada de hóstia, portanto. Negou que a confirmação, o matrimônio, a extrema unção e a ordem fossem sacramentos. Manteve os outros três dos sete sacramentos tradicionais: batismo, penitência e eucaristia. Contudo, mudou o sentido de “penitência” para “arrependimento” e alterou a explicação da miraculosa mudança do pão e do vinho na carne e no sangue de Cristo, no rito comemorativo da Última ceia.
A teologia de Lutero concentra-se na doutrina paulina da justificação pela fé. Com isso Lutero ressaltava a obra salvadora de Deus em Cristo sem qualquer reconhecimento dos méritos das obras humanas. Vê o homem submerso em pecado, distanciado de Deus, incapacitado de alcançar a salvação. Somente pela graça pode o homem aproximar-se de Deus e ser salvo, não obstante o seu pecado. O homem se apropria dessa graça através da fé e passa a viver o Evangelho com absoluta liberdade. A fé é um milagre e como tal não pode ser entendida por nossos critérios racionais comuns. A justificação pela fé significa que Deus aceita o pecador e não que o homem, ao ser aceito, deixe de ser pecador. O que importa, logo se vê, é a atitude de Deus, a iniciativa que Ele toma em Cristo em favor do homem. De uma forma geral manteve-se os dogmas católicos, exceto evidentemente a “Infalibilidade papal”, que ainda não havia sido promulgada.
O rompimento de Martinho Lutero com o catolicismo romano não foi um fenômeno isolado, mas uma de várias rebeliões religiosas que ocorreram mais ou menos ao mesmo tempo em diversos lugares. O sucesso do luteranismo deu encorajamento às outras rebeliões, mas estas bem poderiam ter-se verificado sem tal estímulo, pois a crítica à antiga Igreja estava no ar, em toda a Europa católica. Duas das mais importantes entre essas rebeliões, aconteceram na Suíça, primeiramente sob a liderança de Ulrico Zwinglio (1484-1531) e, posteriormente, com João Calvino (1509-1564).
A Catequese Católica no Brasil
A Igreja Católica Romana fora abalada em seus fundamentos pela revolta iniciada por Lutero, Zwínglio e Calvino. Essa catástrofe, que representava a perda da maior parte da Europa Ocidental, induziu os líderes do catolicismo a fazerem um tríplice esforço a fim de restituir à Igreja sua antiga posição de autoridade universal. Esses esforços foram a realização do Concílio de Trento, onde os principais eclesiásticos da Cristandade católica empreenderam a reafirmação da doutrina católica; A re-implantação do tribunal eclesiástico chamado Inquisição, que fora o instrumento tradicional para assinalar e extirpar a heresia; e finalmente a organização da ordem missionária militante denominada Companhia de Jesus, os jesuítas.
Para o Brasil, que naquela época era colônia de Portugal, foram enviados os missionários jesuítas como uma forma de garantir a hegemonia da fé católica nas novas terras ainda não “contaminadas” pelas idéias protestantes. Dentre os mais importantes nomes desse período podemos lembrar os nomes dos padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega que realizaram um reconhecido trabalho de evangelização entre os índios e colonos em geral. Essa ação, aliada às condições sociais e econômicas do Brasil garantiram que mesmo após séculos a Igreja Católica Romana, mantivesse o predomínio sobre as terras do Brasil e similarmente em toda a América latina.
O Protestantismo no Brasil
O protestantismo chegou ao Brasil trazido por imigrantes Europeus, principalmente alemães, e se estabeleceram nos estados do sul. onde fundam, em 1824, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, quase 400 anos após o movimento original das reformas. As igrejas do protestantismo de missão são instituídas no país na segunda metade do século XIX, por missionários norte-americanos vindos principalmente do sul dos Estados Unidos e por europeus. Em 1855, o escocês Robert Reid Kelley funda, no Rio de Janeiro, a Igreja Congregacional do Brasil.
Atualmente as Igrejas Luteranas, Metodistas, Presbiterianos. Adventistas e Batistas representam as correntes que mais se aproximam dos ideais da reforma. Porém conforme a livre interpretação das escrituras, apresentam pequenas divergências doutrinarias e de organização. Nas últimas décadas, com exceção da Batista, as igrejas protestantes brasileiras ou estão estagnadas, apenas em crescimento vegetativo, ou em declínio.
O Pentecostalismo
Herdeiro do protestantismo, distingue-se dele em alguns pontos. Um dos principais é a questão da contemporaneidade dos dons do Espírito Santo. Os integrantes do movimento pentecostal, que nasceu nos Estados Unidos, em 1901, crêem que o Espírito Santo continua a se manifestar nos dias de hoje, da mesma forma que em Pentecostes, na narrativa do Novo Testamento (Atos 2). Nessa passagem, o Espírito Santo manifestou-se aos apóstolos por meio de línguas de fogo e fez com que eles pudessem falar em outros idiomas para serem entendidos pela multidão heterogênea que os ouvia. Para eles, sobressaem os dons da glossolalia (o de falar línguas desconhecidas), da cura e da profecia. Orientam seus seguidores para uma vida regrada evitando as “coisas do mundo”, e até mesmo a forma de vestir-se.
O pentecostalismo chega ao país em 1910, com a fundação da Congregação Cristã no Brasil, na cidade de São Paulo. Atualmente, existem centenas de igrejas, e as principais, além da Congregação Cristã no Brasil, são: Assembléia de Deus; Evangelho Quadrangular; Deus é Amor, dentre outras. A partir dessa época tanto no Brasil, quanto na América Latina, passou-se a chamar pelo termo genérico “Evangélicos” todos os cristãos-não-católicos com origem no protestantismo, apesar de nem sempre seguirem os princípios originais da reforma.
Neo-Pentecostalismo
As igrejas dessa corrente pregam a Teologia da Prosperidade, pela qual o cristão está destinado à prosperidade terrena, e rejeitam os tradicionais usos e costumes pentecostais. A questão da “salvação” foi relegado a um plano secundário. As principais igrejas são as que se instalam no país na segunda metade da década de 70 foram fundadas por brasileiros. A Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977), a Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro, 1980), a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Goiás e Distrito Federal, 1976) e a Renascer em Cristo (São Paulo, 1986) estão entre as principais. Encabeçado pela Igreja Universal, o neo-pentecostalismo constitui a vertente cristã que mais cresce.
A Teologia da Prosperidade ou Confissão Positiva teve sua origem na década de 40 nos Estados Unidos, sendo reconhecida como doutrina na década de 70, quando se difundiu pelo meio evangélico. Possuía um forte cunho de auto-ajuda e valorização do indivíduo, agregando crenças sobre cura, prosperidade e poder da fé através da confissão da "Palavra" em voz alta e "No Nome de Jesus" para recebimento das bênçãos almejadas; por meio da Confissão Positiva, o cristão compreende que tem direito a tudo de bom e de melhor que a vida pode oferecer: saúde perfeita, riqueza material, poder para subjugar Satanás, uma vida plena de felicidade e sem problemas. Em contrapartida, dele é esperado que não duvide minimamente do recebimento da bênção, pois isto acarretaria em sua perda, bem como o triunfo do Diabo. A relação entre o fiel e Deus ocorre pela reciprocidade, o cristão semeando através de dízimos e ofertas e Deus cumprindo suas promessas.
Atualmente, segundo o sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais, Sociologia do Novo Pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), o neopentecostalismo expande-se principalmente entre os mais pobres e os menos escolarizados da população. No Brasil, o crescimento vertiginoso dos cristãos independentes está associado ao uso intensivo da mídia eletrônica e ao método empresarial de funcionamento.
O Espiritismo
Os cristãos na sua esmagadora maioria não aceitam o espiritismo como sendo uma vertente do Cristianismo. Argumentam que pouco o espiritismo tem a ver com o cristianismo e segundo eles em alguns pontos são mesmo inconciliáveis, como no caso do intercambio mediúnico e da reencarnação. Para muitos a convergência no aspecto moral não é levada em conta.
Como vimos no presente estudo, o que conhecemos hoje como Cristianismo é a doutrina da Igreja Católica e das suas derivadas que ao longo desses 2.000 anos acrescentaram muitos pontos doutrinários aos ensinamentos de Jesus. Desse cristianismo "incrementado" realmente o espiritismo diverge significantemente. O espiritismo rejeita de forma clara e lógica todos os dogmas estabelecidos durante esse largo período de tempo, procurando retornar ao ponto inicial dos ensinamentos de Jesus, e a partir daí introduzir novos conceitos, de acordo com o nível de conhecimento humano dos tempos modernos e esclarecendo pontos obscuros no evangelho que careciam de maiores entendimentos devido a falta da chave filosófica apropriada.
De acordo com os seus princípios doutrinários, não faz sentido a discussão sobre o tema da “salvação unicamente pela fé em Cristo” das Igrejas reformadas e muito menos da teologia da prosperidade dos neo-petencostais. Introduz o novo conceito de evolução espiritual, onde cada um é o responsável direto pelo seu próprio crescimento, e ao mesmo tempo há uma co-responsabilidade pelo crescimento de todos, a fraternidade universal.
CONCLUSÃO
A instituição Igreja Católica de uma forma Hegemônica cumpriu o seu papel na condução da humanidade durante séculos. Podemos sem muito esforço reconhecer os pontos positivos dessa condução, assim como os pontos negativos. Atualmente temos uma diversificação até certo ponto exagerada de igrejas cristãs, mas convém observarmos que aí também temos pontos positivos e negativos. Parece-me que a liberdade de cada um escolher de acordo com o seu livre-arbítrio a qual corrente religiosa se afiliar no presente momento, cobre qualquer ponto negativo que se apresente. Além do mais nunca é demais lembrar que a providência divina, dirige a tudo e a todos, não permitindo que injustiças sejam cometidas e providenciando para que cada um tenha o condutor que merece, e principalmente que precisa.
Apontando alguns erros dessas agremiações ou desses sistemas estamos tão somente mostrando os nossos próprios erros, uma vez que nós mesmos fomos no passado os seus construtores. É fácil perceber que foi o espírito humano, conscientemente ou não, o causador de todos os abusos, de todos os males que corromperam o pensamento cristalino de Jesus. Através dessa exemplificação poderá o adepto espírita, conscientizar-se do quão difícil e árdua foi a caminhada até aqui, e o quanto é importante que o espiritismo mantenha a unidade de ação, mesmo que hajam pequenas discordâncias doutrinárias e principalmente devido a divergências "políticas" ou pessoais.
Por outro lado não podemos incorrer no erro de em nome da unidade doutrinária anatematizar aqueles que pensam diferente da maioria, lembrando que Allan Kardec definiu o espiritismo como uma ciência, e portanto sujeito a correções e incorporação de novos conhecimentos desde que devidamente comprovados. Isso certamente é o que irá garantir a unidade da doutrina no longo prazo. O que atrapalha nossa caminhada é a dificuldade em mantermos sob controle as nossas feras do orgulho e do egoísmo demonstrando assim o quão pequenos ainda somos pequenos perante esse gigante que chamamos Jesus.
endereço: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/religiao/igrejas-reformadas.html
imagem: profgaspardesouza.blogspot.com
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SELO SARACOTEAR
A regra é repassá-lo à 2 Blogs ou mais e responder à seguinte pergunta:
"Resp: Transformando o homem, transforma-se o mundo.
- Norma do blog http://normavillares.blogspot.com/
- Valerie do blog http://celeirodeluz2.blogspot.com/
10 comentários:
Meu querido amigo Uman
Maravilha de trabalho. Ele vem de encontro a aula que tive na ultima sexta feira no meu curso de Filosofia Espírita.
Ao iniciarmos a aula foi feita uma reflexão:
A REFORMA REFORMOU?
Os demandos do poder religioso no ocaso da Idade Média geraram insatisfações de toda ordem. O desvirtuamento da mesnagem do cristo se tornou uma fonte de poder com resultados opostos ao objetivo inicial.
Havia necessidade de mudanças de comportamentos dos líderes religiosos supostamente modelos de conduta cristã. Até a mensagem inicialmente pura e simples foi transformada em exterioridades ritualísticas. Era preciso retornar urgentemente ao rumo inicial.
E veio a Reforma.
A Reforma Protestante foi de caráter profundo ou só alterou superficialidade?
Um grande beijo
Julimar
Julimar,
Nada acontece por acaso. Mesmo a religião evolui. Enquanto o homem valorizar mais o ego, mais as religiões irão refletí-lo.
Julimar, tenha uma semana maravilhosa!
Com muito carinho,
Meu querido amigo Uman, até que enfim consegui colocar o link de seu blog, risos. Fiquei muito feliz. Fazendo... fazendo... um dia feito.
Excelente trabalho, realmente é uma aula esse texto, muito bom.
Essa reflexão é boa, para ajudar no caminho do DIÁLOGO INTER REGILIGIOSO.
Ainda precisamos ler sobre outra religião, compreender que tudo é igual, falam a mesma língua.
Porque brigam tanto?
Acredito que é 100% Ego Consciência, sendo assim, caminham para os demandos e o poder. E nessa trilha tem feito mutas besteiras.
Gostei muito bom Anjo.
Deus torne seus caminhos ricos de luz.
Um abraço com ricas força, energias e luzes das estrelas
Muito obrigada pelo selinho, vou coloca numa galeria. Abraços
Olá, Norma!!!!
Que bom que conseguiu!
O objetivo da religião é nos religar a Deus, e é o que buscam fazer todas elas.
Mas como é seguida pelos homens, dá nisso, né?
Vais receber muitos selos ainda.
Anja Linda, tenha uma excelente semana de luz e amor,
beijo
Uman, bom diaa!
Olha amigo querido, ainda que eu tivesse recebido mil destes selinhos, cada um seria único, insubstituível. Trazem o afeto, a lembrança, as boas vibrações de quem me ofertou e isso não se dispensa. Por isto, estou levando o Saracotear feliz da vida.
Muito obrigada, 'Homem Desconhecido'.
Ah! Parabéns pelo novo visual do Blog e pela excelente qualidade das postagens. Este Blog é D++++!
Um grande abraço.
Meu querido amigo. As religiões são o reflexo dos nossos valores morais. Um dia, já como Espíritos mais evoluídos, teremos religiões mais voltadas para a parte espiritual. O que mais gosto de seus textos, é que vêm contando a história desde o seu início, dando-nos uma clara idéia de sua evolução e da reação humana a tudo isso. Beijos e uma ótima semana.
Valerie,
Obrigado pelos elogios. É o seu belo coração que a tudo vê amor.
Sempre com carinho, minha amiga
Maria José, doce amiga do coração
À medida que o homem evolui, acredito que diminuirá o número de religiões pois serão pautadas mais no Amor, no fundo do que na forma. Até que ficará apenas a religiosidade de cada um.
Deixo um beijo em teu coração,
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