
sábado, 28 de maio de 2011
AS MEMÓRIAS HUMANAS

segunda-feira, 23 de maio de 2011
QUE É DEUS?

Paulo Roberto Martins
O professor Rivail, já utilizando desde então o codinome "Allan Kardec", abre o capítulo primeiro, do livro primeiro da codificação da Doutrina (Ensinamentos) dos Espíritos, com a pergunta título deste artigo.
Kardec já tomava por base que para iniciar e ter total empenho nas suas pesquisas espíritas, nunca seria demais a máxima frieza e o sistemático controle das paixões evitando descambar-se para a religiosidade muito forte da época, para a curiosidade pueril, para a sede do sobrenatural ou quaisquer manifestações deste gênero. Tanta convicção tinha neste comportamento que mais adiante advertiria os seus seguidores: "O Espiritismo será científico ou não subsistirá".
Recebeu dos Espíritos que "assinam" os prolegômenos de "O livro dos Espíritos" a resposta mais próxima da verdade científica até hoje já concebida: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
A lei básica que rege o Universo (todas as coisas) é a lei de Causa e Efeito ou Ação e Reação, como é conhecida no meio científico. Para um efeito inteligente sempre haverá uma causa inteligente correspondente.
Para que possamos chegar próximos a entender o que é Deus, devemos fazer um esforço para idealizarmos mais ou menos o que seria o Universo, começando portanto pela tomada de consciência do espaço tridimensional (comprimento, largura e altura) que ocupamos no mesmo, passando daí para a percepção do espaço da nossa residência, bairro, cidade, estado, país, continente e planeta Terra com seus 40.000 quilômetros de extensão na circunferência. A Terra faz parte de um sistema solar que possui apenas 9 planetas com 57 satélites no total de 68 corpos celestes. A "grosso modo" em relação a outros astros do sistema solar, a Terra possui um volume 49 vezes maior que o da lua e 1.300.000 vezes menor que o do sol. É preciso que tenhamos noção de sua pouca importância diante do restante do Universo.
Nosso sistema solar faz parte de uma pequena galáxia conhecida por Via Láctea, um aglomerado de cerca de 100 bilhões de estrelas, com pelo menos cem milhões de planetas e conforme os astrônomos, no mínimo cem mil com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.
As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), elevaram o número de galáxias conhecidas para 50 milhões. Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis.
Diante destes números pensaríamos haver chegado na idéia do que é o Universo; ledo engano, pois estas áreas, ou melhor, volumes, representariam apenas 3% do que seria a totalidade de tudo dentro do tridimensional e espaço / tempo como conhecemos. Os espaços interplanetários, interestrelares e intergalácticos, obviamente, formariam a maior parte daquilo que chamamos de Universo.
Os fenômenos de aporte (transporte de matéria através de outras dimensões) tão conhecidos dos pesquisadores da paranormalidade e a anti-matéria já produzida em laboratórios experimentais mais desenvolvidos através do planeta, nos dão a confirmação dos estudos de pesquisadores da capacidade de um Friedrich Zöllner, que no século passado , comprova a existência da quarta dimensão e conseqüentemente outros tantos Universos, quantas tantas dimensões for possível conhecermos.
A teoria mais moderna da criação do Universo, nos remete não apenas para o Bigbang (a grande explosão) início de tudo, mas, para a idéia de vários bigbangs, com Universos cíclicos através de quatrilhões ou mais de anos.
E aí? Será que conseguimos chegar perto da idéia da concepção e tamanho da obra de Deus, para tentar entendê-lo?
Não seria no mínimo estranho que após esta monumental obra inteligente, Deus colocasse em um planeta que representa um ínfimo grão de areia em uma cadeia de montanhas como o Himalaia, sua grande criação, o homem, feito sua imagem e semelhança?
Nosso grande irmão e amigo Jesus, há 2000 anos, já passava em forma de contos e parábolas vários conhecimentos intelectuais e morais que possuía devido ao seu grande estado evolutivo, quando em missão entre nós, confiada pelo Criador afirmou: "Na casa de meu pai existem muitas moradas".
Para concluirmos esta nossa pequena intenção de lançarmos nossos confrades na especulação ao entendimento do que seria Deus, iremos nos valer da "coleção de livros" chamada Bíblia, que no entender do grande intelectual e eminente espírita Dr. Carlos Imbassahy, é um livro como outro qualquer, em que nos seus textos contém tudo que a gente queira para justificar, a favor ou contra qualquer coisa.
No Antigo Testamento, Livro Gênesis, Capítulo 1 (Criação do homem), versículo 26 temos: "e (por fim) disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança (sic...)".
Se tomarmos como verdadeira a hipótese de que a Bíblia é a palavra de Deus, qual seria a imagem correta do nosso Criador? Um homem ou mulher? Velho, ariano de barbas longas ou de cor negra, e magro como os etíopes (teoricamente os primeiros hominídeos) ?
Não seria melhor tentarmos entender uma concepção mesmo que não a conheçamos bem? Como por exemplo: o que sabemos a respeito do que somos (espírito)? Qual a imagem fiel que temos do mesmo? Ninguém sabe, ou melhor, conhecemos bem o corpo material, e relativamente o periespiritual, mas não o espírito. Conforme Allan Kardec, o espírito é alguma coisa formado por uma substância, mas cuja matéria, que afeta nossos sentidos, ele não nos pode dar uma idéia.
Pode-se compará-lo a uma chama ou centelha cujo clarão varia de acordo com o grau de sua depuração. Sendo assim, pois, teríamos o entendimento melhor de nossa imagem de acordo com a de Deus.
No tocante a semelhança é mais fácil a sua comparação quando procuramos compreender a eternidade, já que a palavra pressupõe algo que não tem início nem fim, como Deus; que é infinito, único, perfeito e todo-poderoso. Já ao passo que nós somos algo como semi-eternos; tivemos um começo criado por Ele e evoluímos na Sua direção conforme o Seu desejo.
e-mail : poncy@ig.com.br
Artigo publicado no Jornal Espírita de Pernambuco / Julho 2000
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sexta-feira, 20 de maio de 2011
A IMPRENSA ESPIRITA NUMA CONCISA CONSIDERAÇÃO
(25/10/06)
Destarte, a imprensa espírita atual merece o apoio e o incentivo dos espíritas.
Não há como desconhecermos a importância da divulgação espírita para a manutenção da chama viva da Terceira Revelação. Atualmente, tornar-se-ia impossível enumerar e/ou nomear todos os veículos de difusão espírita existentes no mundo. No Brasil, considerado o maior país espírita do mundo - em extensão e abrangência, e em número de adeptos - há um sem número de publicações escritas, bem como centenas de emissoras de rádio e televisão, veiculando informações espíritas, além da existência de milhares de sites da Web, de teor espírita, sendo injetados na Rede. Percebe-se que, quanto mais se expande o ciberespaço, mais se amplia o universo espírita.
A Imprensa Espírita constitui um dos exponenciais instrumentos de disseminação dos preceitos espíritas na Terra, encerrando todas as possibilidades e todos os meios de comunicação atuais e os que vierem a ser criados ou aperfeiçoados.
"A imprensa espírita cristã representa um veículo de disseminação da verdade e do bem." (1) Vivemos momentos em que a informação espírita é vital para a sociedade. "O conhecimento espírita, na essência, é tão importante no reino da alma, quanto à alfabetização nos domínios da vida comum”. (2) O jornalismo espírita é um notável canal de divulgação, capaz de conduzir o leitor às informações fundamentais da nossa realidade doutrinária, balizando-o, vigorosamente, em efetivos projetos de espiritualização.
Destarte, é mister que esse jornalismo espírita esteja compromissado com a ética, com a verdade conceitual da nossa doutrina e com a melhor qualidade dos temas publicados.
Melhoria, essa, que não deve ser considerada apenas a “beleza externa”, com impressão gráfica policrômica, mas, sobretudo, o conteúdo (mensagens). Urge arrostar desafios e ter capacidade de informar sobre os fatos e os preceitos kardecianos, de forma a colaborar com o leitor em sua consciência crítica. Isto é logrado através da melhor compreensão dos objetivos do jornal e do modo como o jornal deve ser produzido.
Os Editores precisam “sistematicamente despersonalizar, ao máximo, os conceitos e as colaborações, convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores”(3) sem perder de vista a seleção dos escritos que precisam ter “clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que devam ser entregues ao público”. (4) Porém, lamentavelmente, existem órgãos de imprensa espírita que mais não fazem senão aguçar a vaidade dos dirigentes das instituições, publicando periodicamente suas fotos e nomes, numa demonstração de total ausência de humildade.
A propaganda doutrinária para fazer prosélitos não é a necessidade imediata da Doutrina, até porque “a direção do Espiritismo, na sua feição de Evangelho redivivo, pertence ao Cristo e seus prepostos, antes de qualquer esforço humano, precário e perecível”. (5) Desta forma, toda cautela ainda é pouco para que a veiculação dos preceitos doutrinários não venha a se converter em ingente esforço de propagação ideológica, a fim de converter a todos, sob o guante da insensatez dos espiritismos particulares!
Quanto mais cresça em moralidade a imprensa espírita, mais distantes estarão e menos sucesso terão os arautos das interpretações polemizantes, sem outro propósito que não o de indispor, de desarmonizar e desunir. Eis o motivo - segundo cremos - pelo qual, existe tanto vedetismo nessa área, tanta vaidade, tantos interesses pessoais se sobrepondo ao coletivo.
Lamentamos os periódicos que preenchem suas páginas com mensagens repetitivas e com artigos que pouco acrescentam. Não são muitos os órgãos difusores do Espiritismo que se propõem a apontar problemas doutrinários e indicar soluções. A grande maioria prefere vender a imagem de um mundo de ilusões e de maravilhas que só o Espiritismo pode oferecer, induzindo seus leitores ao entorpecimento da razão. Poucos são os articulistas e oradores que têm o ânimo e a coerência de se colocarem em defesa do restabelecimento da verdade e do espírito crítico no meio espírita. Isto salta à vista, já que quanto mais esclarecimento, menos idolatria, e como o espírito do mundo é muito forte, é preferível “agradar” a todos, a “desagradar” a grande platéia de espíritas idólatras, mantendo-se, apenas, na condição de contemporizador.
A Doutrina Espírita precisa de seu jornalismo. Não foi sem lógica que, em 1858, Allan Kardec recebeu anuência dos Benfeitores para iniciar a edição da Revista Espírita; não é sem razão que a imprensa espírita cresce e se desenvolve, pois, na mesma proporção em que uns periódicos se extinguem, outros surgem. Na Revista Espírita de maio de 1863, Kardec conta que, certa vez, tinha recebido três mil mensagens de várias partes da Europa, aguardando uma possível publicação; selecionou cem que continham temas de moralidade inatacável. Fez nova triagem e, das cem, chegou a trinta, realmente de ótimo valor estético e moral. Porém, das trinta mensagens, só cinco apresentavam real valor para obterem espaço na Revista Espírita.
É bom refletirmos sobre isso!
Consideração e homenagem à virtude, ao talento, à coragem, às boas ações dos verdadeiros jornalistas espíritas e seus periódicos imunes ao endosso às práticas antidoutrinárias ; que sigam avante na tarefa de amor às letras do Consolador, que fazem vibrar corações e jubilam os espíritas que a elas se consagram.
Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen @gmail.com
Site: http://meuwebsite.com.br/jorgehessen
Fontes de Referência:
(1) Xavier, F.C. Conduta Espírita, RJ: Editora FEB, 1989 , cap. 14, ditada pelo Espírito André Luiz
(2) Xavier .F.C.Sol Nas Almas, MG: Editora CEC, 1989
(3) Xavier, F.C. Conduta Espírita, RJ: Editora FEB 1989 , cap. 14, ditada pelo Espírito André Luiz
(4) Idem Ibidem
(5) Xavier, F.C. Conduta Espírita, RJ: Editora FEB, 1979, cap.IV pergunta 218, ditada pelo Espírito Emmanuel
texto - http://apologiaespirita.org/apologia
imagem - ensinoespirita.blogspot.com
domingo, 15 de maio de 2011
AMÉLIE GABRIELLE BOUDET

A FIEL COMPANHEIRADE KARDEC
Conhecida em sua época como a Madame Rivail, esposa de Allan Kardec (Hypolite Léon Denizard Rivail) nasceu em Thiais, Sena, em 23 de novembro de 1795. Filha de Julien-Louis Boudet, proprietário e antigo tabelião, e de Julie-Louis Seat de Lacommbe.
Após cursar o colégio primário, mudou-se com a família para Paris, continuando seus estudos na Escola Normal, onde diplomou-se professora de primeira classe. Professora de Letras e Belas Artes, culta e inteligente, demonstrando muita vivacidade e interesse pelos estudos desde a infância, foi autora de três obras: "Contos Primaveris", 1825, "Noções de Desenho", 1826, "O Essencial em Belas Artes", de 1828.
1 - CASAMENTO
Em 6 de fevereiro de 1832 casou-se com Allan Kardec. Nove anos mais jovem que Amélie, Kardec em momento algum preocupou-se com essa diferença, que em Amélie passava desapercebida, tal sua jovialidade física e espiritual.
Associando-se ao esposo, Amélie dedicou-se também a apoiá-lo no trabalho desenvolvido no Instituto Técnico fundado por Kardec logo após concluir seus estudos com Pestalozzi, em Iverdum. É importante observar que foi somente em 1833 que instituiu-se na França o ensino primário, por força da Lei Guizot.
2 - DIFICULDADES
No ano de 1835, Amélie e Kardec, diante de sérias dificuldades, são obrigados a encerrar as atividades do Instituto Técnico. Enquanto Kardec trabalhava como contador para empresas comerciais, Amélie dedicava-se, durante o dia, preparando os cursos gratuitos que passaram a ministrar - de 1835 a 1840 - na própria residência, por falta de recursos para implantá-los em outro local. Apoiando Kardec em seus empreendimentos, Amélie colaborou para que sua obra pedagógica ganhasse volume e qualidade, sendo adotada pela própria Universidade da França, reproduzindo-se em dezenas de edições. Com esse trabalho, foi possível ao casal alcançar uma posição financeira satisfatória, dando respaldo a Kardec para iniciar, em 1855, sua pesquisa sobre os fenômenos sobrenaturais das mesas girantes, que transformou-se na época, em verdadeira celeuma continental.
Após o lançamento de "O Livro dos Espíritos", ern 18 de abril de 1857, Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, sediada em sua própria residência. Envolvido em tramas de ódio e calúnia, Kardec a todos os Obstáculos enfrentou, sempre contando com o apoio de Amélie compreensiva e meiga para com ele, certa da imensa grandeza e responsabilidade que representava o trabalho de Kardec. No dia 31 de março de 1869, quando Kardec aos 64 anos partia para o mundo espiritual, Amélie foi capaz de manter a serenidade e a dignidade que se espelharam em sua face.
3 - DESPEDIDA
Diante de uma multidão de mais de mil pessoas, no dia dos funerais de Allan Kardec, manteve-se serenamente contemplativa, observando com respeito e admiração as palavras daqueles que se despediam - segundo Camille Flammarion - do "bom senso encarnado". Comparecendo a todas reuniões para as quais convidada, após a desencarnação de Kardec, Amélie cantinuou presidindo a belíssima sessão realizada anualmente no Dia dos Mortos, durante a qual vários oradores transmitiam ensinamentos sobre a desencarnação e a vida espiritual.
4 - TRANSFORMAÇÕES
Tomando para si os encargos do esposo desencarnado, empenhou-se junto aos fiéis discípulos de Kardec para criar - segundo os planos do Codificador - a "Sociedade Anônima do "Espiritismo", entidade que levou adiante a divulgação doutrinária, a administração da Revista Espirita e da livraria. Em 1871, P. G. Leymarie - médium e colaborador incansável - assumiu , essas tarefas, diante da necessidade de repouso que a idade avançada exigia de Amélie. Em 18 de outubro de 1873, a razão social da entidade é alterada para "Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec", atendendo sugestões daqueles que entendiam que assim caracterizavam melhor o objetivo proposto inicialmente.
5 - DEDICAÇÃO
Até o final de sua vida Amélie atendia em particular aqueles que a ela recorriam em busca de uma palavra de consolo e de esclarecimento. Em 21 de janeiro de 1883, às cinco horas da madrugada, ainda lúcida e amável aos 87 anos de idade, Amélie retornou à pátria espiritual. Sem contar com herdeiros diretos, Amélie e Kardec não tiveram filhos, os bens do casal foram destinados, em testamento, para a "Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec". Não obstante o empenho de uma parenta, e de seus filhos, no sentido de anular sua vontade, nada conseguiram, em virtude da decisão da justiça, que considerou soberana a decisão de Amélie, destinando para a entidade o patrimônio acumulado nessa existência.
No dia de seu sepultamento, no cemitério de Pere-Lachaise, há 12 km, de sua residência, durante cerimônia simples e despojada, Leymarie falou de improviso, lembrando o grande valor de Amélie, afirmando que a publicação de "O Livro dos Espírítos" e da "Revista Espírita" se deveu, em grande parte ao seu esforço pessoal, insistência e perseverança.
É certo que o encontro de Amélie com Allan Kardec deve-se a compromisso assumido na espiritualidade, em função de sua missão grandiosa que caberia aos dois empreender. Esse encontro de almas foi a aliança abençoada que reforçou em ambos a disposição e a fé para sobrepujarem inúmeros obstáculos, servindo para a posteridade de exemplo de firmeza e determinação.
Afonso Moreira Jr. - Jornal Espírita - setembro/08
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sexta-feira, 13 de maio de 2011
REFLEXOS CONDICIONADOS

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1975.
KARDEC, A. A Obsessão. 3. ed., São Paulo, O Clarim, 1978.
PESSOTTI, I. Pré-História do Condicionamento. São Paulo, Hucitec, 1976.
REYNAUD, P. L. A Psicologia Econômica. São Paulo, Difusão Européia, 1967.
SHAFFER, L. F. The Psychology of Adjustment: An Objective Approach to Mental Hygiene. USA, Houghton Mifflin, 1936.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Mecanismos da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz. 8. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.
domingo, 8 de maio de 2011
A CURA PELA MÚSICA

Há algum tempo, a música vem traduzindo o belo, elevando pensamentos, sensibilizando corações, refletindo nas criaturas as inúmeras possibilidades de cura através das fragrâncias de paz do jardim da melodia, da sublimidade da harmonia, da inspiração dos ritmos que movimentam em nós os recursos para uma nova ótica e sensibilidade sobre o assunto.
A música já foi comprovada cientificamente como fonte de cura mental, corporal e espiritual, estendendo-se para vários pontos do mundo, onde é reconhecida como “musicoterapia”. Técnicas como “nível aumentativo”, “nível intensivo”, “nível auxiliar”, entre outras, são de suma importância para o restabelecimento da criatura, caso esta obtenha o merecimento para tal.
Existem hoje muitas obras importantes nas quais podemos buscar o estudo detalhado, que abordam este assunto de maneira clara e objetiva. Dois bons exemplos são os livros Definindo Musicoterapia, de Kenneth E. Bruscia, e O Poder Oculto da Música, de David Tame. Este último fala, através do capítulo “Musicoterapia, o remédio universal”, sobre a utilização da música como tratamento pelos gregos e árabes, originalmente transmitidos por civilizações anteriores e também utilizados pelos povos antigos da Índia e da China, que, cientes do valor terapêutico destas técnicas, utilizavam seus templos como lugares de repouso e de energização espiritual, onde essas terapias eram aplicadas.
Conta-se que Hipócrates, o “pai da medicina”, levava seus casos de enfermidade ao Templo de Esculápio para, ali, ouvirem a música comovedora e revigorante. Os sacerdotes do templo e os médicos de Roma fizeram uso da musicoterapia até a completa cristianização do império. Os árabes do século XIII tinham salas de música nos hospitais, onde praticavam o que denominavam “medicina musical”, usando composições específicas para cada tipo de doença: mental, moral e física.
Como podemos perceber, a boa música nos propicia momentos de refazimento, higienizando nossas mentes, organizando ou reorganizando nossos sentimentos e pensamentos para o equilíbrio necessário. Ela cria no universo de cada um momentos para uma melhor compreensão do verdadeiro significado da sinfonia dos ventos, do concerto dos pássaros, do canto suave da chuva, do ir e vir das ondas, entre tantas outras canções de teor elevado orquestradas pelo infinito amor e misericórdia de Deus.
A relação entre notas, cores e chacras
O livro A cura pela música e pela cor, de Mary Bassano, apresenta mais um esclarecimento sobre as várias composições musicais espiritualmente inspiradoras que podem elevar nossa consciência, além de esclarecer a relação entre as notas, as cores e os chacras. Segundo a autora, a cor vermelha está relacionada com o chacra básico e com a nota “do”; o laranja (a segunda cor) está relacionado com o chacra genésico, correspondente à nota “ré”; o amarelo se relaciona com o chacra gástrico e com a nota “mi”; o verde corresponde ao chacra cardíaco e à nota “fá”; o azul se relaciona com o chacra laríngeo, correspondente à nota “sol”; o índigo (azul marinho) corresponde ao chacra frontal e à nota “lá”; o violeta (a sétima cor) está relacionado ao chacra coronário, correspondente à nota “si”.
Nesta mesma obra, Mary Bassano acrescenta que, embora a terapia pela música tenha comprovado ser de grande valor nos hospitais, sua adoção ainda é dificultada pela ausência de intuição, de espontaneidade e de espiritualidade, três elementos essenciais na harmonização do corpo. No entanto, as ciências médicas, físicas e espirituais estão alcançando rapidamente um ponto de mútua compreensão e isso proporciona grandes esperanças e expectativas para essa era maravilhosamente criativa em que vivemos.
Desobsessão pela música
A obsessão se expressa de várias maneiras: de encarnado para encarnado, desencarnado para desencarnado, encarnado para desencarnado, desencarnado para encarnado (pela obsessão recíproca) e a auto-obsessão. O obsessor costuma agir utilizando todos os recursos ao seu alcance, interfere na mente daquele que persegue com seu pensamento, buscando-o através de uma espécie de jugo ou possessão, dependendo da gravidade do caso em que estejam envolvidas as criaturas.
André Luiz, através do livro Dissertações Espíritas, psicografado por Antônio Fernandes Rodrigues, descreve que um determinado obsessor não demovia de seu desejo de vingança, apesar da bem arrazoada doutrinação promovida pelos instrutores espirituais. Sabedores de que o perseguidor era fã de Beethoven, encaminharam-no, sem despertar suspeita, para uma casa onde se ouvia a “Pastoral”. O obsessor, ao perceber aquela melodia tão admirável, esqueceu seus intentos, dissipando todo aquele rancor que lhe fustigava a mente. Os sons harmoniosos fizeram o importantíssimo trabalho de abrir as portas enregeladas de seu coração, proporcionando condições para que fosse abordado de forma mais feliz, aceitando a argumentação envolvido emotivamente pela música.
Portanto, que também possamos escancarar portas e janelas de nossos corações para uma melhor compreensão sobre a importância da música, de melodias e harmonias que são tão pouco reconhecidas na grande maioria das casas espíritas como mais uma fonte de equilíbrio para nosso restabelecimento físico e espiritual, além de serem utilizadas pelos inúmeros compositores e intérpretes como mais um veículo de divulgação e esclarecimento da doutrina espírita. Façamos a paz em nossos corações hoje e por toda a eternidade, através das mais belas melodias da vida.
Celso Santos
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 02
texto - http://www.rcespiritismo.com.br
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